
Privatização pode ser uma das soluções
O Executivo estuda com atenção as soluções para o problema da EP. Ontem, à margem da cerimónia de celebração dos 139 anos da Carris, Sérgio Silva Monteiro, secretário de Estado das Obras Públicas, sublinhou que o "Governo acompanha com preocupação a situação da sustentabilidade do modelo rodoviário. Vejam aquilo que é hoje a realidade entre os custos que a EP tem e as receitas que aufere e vejam que, nesses custos, ainda não está incluído o conjunto de estradas que foram lançadas nos últimos cinco anos", relembrou o governante. Além disso, reforçou Sérgio Silva Monteiro, "isto mostra-vos a preocupação com o que o Governo tem encarado este problema e sublinho que estamos a trabalhar para que um conjunto de soluções que garantam a sustentabilidade também do modelo rodoviário possam ser conhecidas a breve trecho". Sobre as conclusões da auditoria da IGF, o secretário de Estado das Obras Públicas remeteu para os responsáveis da Estradas de Portugal, que "terá ocasião para se pronunciar amanhã [hoje]". E rejeitou comentar se a EP está efectivamente falida. A privatização, apesar de gerar controvérsia, é um cenário recorrente em relação à empresa. Além disso, com a actual e futura sobrecarga de endividamento, diversas fontes do sector consideram duvidoso que essa possa ser uma solução eficaz para a empresa. Sobre esta possibilidade, fonte oficial do Ministério da Economia não negou a eventualidade de privatização da EP, tendo comentado que "a situação da EP é preocupante e que estamos atentos às explicações que vão ser dadas amanhã [hoje] no Parlamento pelos responsáveis da empresa". O Ministério das Finanças também foi contactado mas, até ao fecho de edição, não deu qualquer resposta à possibilidade de privatizar a EP.
Custos e benefícios
- O investimento efectuado até 2010 em 21 concessões e subconcessões rodoviárias ascendeu a cerca de 9,6 mil milhões de euros.
- A projecção dos ‘cash flows' das sete subconcessões, lançadas e adjudicadas nos últimos três anos, aponta para a obtenção de receitas líquidas totais de 91,3 milhões de euros, entre 2011 e 2013.
- De acordo com a estimativa da Comissão de Negociações entre a EP e as concessionárias SCUT onde passou a ser cobrada portagem a partir de 15 de Abril, o benefício financeiro dessa medida para a EP é de 1.018,4 milhões de euros. Mas o risco de tráfego passou para o lado da EP”.
Sem comentários:
Enviar um comentário