segunda-feira, abril 11, 2011

...mas banqueiros ganharam 2,5 milhões

Contudo, e segundo a jornalista do DN de Lisboa, Paula Cordeiro, “apesar de novas políticas de remuneração, presidentes do BCP, BES e BPI não receberam menos. Os presidentes dos três maiores bancos privados portugueses receberam 2,5 milhões de euros de remunerações fixas e variáveis em 2010, mais 7% do que no ano anterior, de acordo com os dados publicados nos respectivos relatórios do governo da sociedade. O BES, BCP e BPI viram as remunerações das suas comissões executivas crescer 8,8% no ano passado, para 13,6 milhões de euros, uma realidade que não é coincidente com todos eles, uma vez que os bancos em causa não têm o mesmo número de administradores, além de diferentes cálculos e componentes das remunerações. O mesmo se aplica em relação aos seus conselhos de administração, que registaram um aumento de 3,1% nas remunerações de 2010, atingindo o valor de 19,8 milhões de euros. Ricardo Salgado, presidente do BES, foi o banqueiro que auferiu a remuneração mais elevada do sistema financeiro português: 1,2 milhões de euros em 2010 contra 1,051 milhões no ano anterior. Do total recebido no ano passado, o banqueiro recebeu 546 mil euros de componente fixa e 674 mil de vencimento variável. No entanto, na sequência da nova política de remunerações adoptada, os montantes pagos à comissão executiva do BES em 2010 incluem os pagamentos referentes a dois exercícios distintos. A parte variável corresponde à distribuição de lucros do exercício de 2009, enquanto a parte fixa corresponde a 2010. De referir que 50% da remuneração global indicada para os 11 administradores executivos em 2010, no valor de 2,1 milhões de euros, são diferidos e pagos em 2012, 2013 e 2014, um terço em cada ano. A remuneração de cada um dos 11 administradores executivos do BES é de cerca de um milhão de euros (José Maria Ricciardi é pago pelo BESI), totalizando 10,4 milhões de euros. Fernando Ulrich, presidente executivo do BPI, recebeu no ano passado 730 mil euros de remuneração, dos quais 464 mil euros são referentes à componente fixa, enquanto os restantes 266 mil euros dizem respeito à variável. No conjunto, este montante é 0,5% mais elevado do que no ano anterior, com a remuneração fixa a aumentar e a variável a cair. Os sete administradores da comissão executiva do BPI receberam 3,89 milhões de euros no ano passado, um valor sensivelmente igual ao do ano anterior (3,87 milhões de euros). No entanto, a componente fixa aumentou 31%, enquanto a variável caiu 70%. O limite em vigor para esta última componente é de 1,3% do lucro líquido, com o valor pago a corresponder a 0,73%. Santos Ferreira foi o único dos três banqueiros que viu o seu vencimento cair, ainda que ligeiramente (menos 0,4%). O presidente do BCP recebeu 647 mil euros em 2010, contra 650 mil euros no ano passado. Recorde-se que desde que esta administração assumiu funções, em 2008, o banco deixou de pagar remuneração variável, uma política que ainda se mantém. Os nove administradores do BCP (o banco só tem conselho de administração executivo, além do conselho geral de supervisão) receberam 4,1 milhões de euros em 2010, contra os 3,6 milhões de euros que os oito administradores em funções em 2009 tinham auferido”.

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