Sempre que se anuncia o falecimento de uma pessoa devido ao covid19 a
lenga-lenga das entidades oficiais - que pensam que estão a falar para pessoas
com a mesma capacidade de percepção do que se passa - acham que a frase-chapa 5
"tinha várias comorbidades associadas" explica tudo. Não explica como
o deve fazer.
Em linguagem médica, acho que não cometo um erro, quando se fala em
comorbidade falamos da presença ou associação de duas ou mais doenças numa
mesma pessoa.
Li que "uma das características da comorbidade é que existe a
possibilidade de as patologias se potencializarem mutuamente, ou seja, uma
provoca o agravamento da outra e vice-versa. Além disso, a comorbidade pode
dificultar o diagnóstico e influenciar o prognóstico" (por exemplo, há uma
comorbidade no caso de uma pessoa que sofra de hipertensão arterial e de
glaucoma). Repito, falamos da associação de duas ou mais doenças que aparecem
em simultâneo num mesmo paciente.
Uma pessoa que morre devido ao covid19 - independentemente de terem
existido casos no estrangeiro de mortes por causas directamente associadas aos
efeitos do covid19 em pacientes sem outro historial clínico mas que acabaram por falecer
- é vítima dos efeitos do vírus no seu sistema imunológico (sistema imunológico, é um conjunto de
órgãos, tecidos e células responsáveis pelo combate a microrganismos invasores,
impedindo, assim, o desenvolvimento de doenças) e no seu
estado de saúde, fragilizando-o e tornando-o demasiado vulnerável e frágil
para reagir com determinação ao avanço da doença. Essa vulnerabilidade do
paciente, associada à inevitável fragilidade provocada pelo covid19, acabam por
ser a causa do falecimento, dado que agravam as doenças que o paciente em causa
já tinha antes (as tais comorbidades) de
ter sido infectado com a covid19. Julgo que as mais de 15 mil mortes registadas
em Portugal até hoje e as 60 mortes na RAM foram sempre anunciadas como “mortes
covid19 em pacientes com comorbidades associadas” (LFM)
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