segunda-feira, agosto 03, 2020

Covid-19. Brasil, EUA e México são “ameaças” para o mundo, aponta cientista suíço

A atuação dos EUA, México e particularmente a resposta do governo brasileiro diante da pandemia devem ser alvo de um inquérito. Quem o defende é o cientista suíço e colaborador da Organização Mundial da Saúde (OMS), Didier Pittet, considerado como um dos principais epidemiologistas na Europa, escolhido pelo Presidente Emmanuel Macron para liderar o processo de avaliação sobre como reagiu a França à pandemia. Ao analisar a evolução mundial da pandemia da Cobvd-19, Didier Pittet endurece o discurso e defende que o Brasil, os EUA e o México “devem ser considerados perigosos para o resto do mundo”, considerando que representam uma ameaça aos países que atualmente já conseguiram um certo controlo do vírus. Pittet lembra que, num cenário internacional, os países que se revelaram um “elo frágil” no combate da pandemia representam uma ameaça e que, por isso, governos como a Suíça recomendam aos seus cidadãos que não viajem para estes destinos, de forma a importação de casos.

Hoje, os EUA, o Brasil e o México contam com os maiores números de mortes no mundo. Com 94 mil mortes, o Brasil é alvo de críticas por parte do especialista. “É claro que estamos todos dececionados com a reação do Presidente (Jair Bolsonaro)”, disse o cientista, esta segunda-feira. “O que ele fez foi uma forma de negação da emergência que estava a chegar”, frisou. Mas o epidemiologista entende que o presidente brasileiro “não foi o único a cometer grandes erros”. “O Presidente americano Donald Trump não está a comportar-se corretamente e o número de mortes nos EUA é extremamente elevado”. disse, acrescentando que “juntos, os dois presidentes deram prioridade à economia e não a questão sanitária”. Em seu entender, se estes países quisessem preservar vidas e a economia, estabelecer um período de confinamento teria sido fundamental. “E precisava de ter sido implementado rapidamente”, sublinhou.  “Os EUA vão pagar por isto”, lamentou o professor. “Os cientistas americanos são excelentes e avisaram sobre esta tragédia. Mas o presidente optou por não ouvir”, insistiu (ED)

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