Depois de um crescimento
em flecha, houve um abrandamento do ritmo das moratórias à entrada do verão. Bancos
continuam sem dar resposta ou a recusar 12% das solicitações. Os pedidos feitos
à banca para suspender o pagamento de prestações dos créditos continuam a
crescer, mas, em junho, o ritmo abrandou. No entanto, os particulares, com
empréstimos à habitação e ao consumo por pagar, estão a ganhar peso em relação
às empresas, segundo se conclui da análise dos dados divulgados pelo Banco de
Portugal a 11 de agosto. Em junho, os
bancos a operar em Portugal concederam 53 mil novas moratórias nos empréstimos,
à luz da moratória legal, criada pelo Governo, e das moratórias privadas, como
a desenhada pela Associação Portuguesa de Bancos (APB). Deste número, cerca de
83% dos contratos é relativo a créditos das famílias, sendo que as restantes
17% foram atribuídas a empresas e a empresários em nome individual. O peso das
famílias nas moratórias concedidas pelos bancos – para que possam suspender o
pagamento de juros e/ou capital das suas prestações – tem vindo a crescer desde
a criação destas moratórias. Representam 64% no primeiro balanço feito, em
abril, depois subiram para 69%, em maio, e agora estão nos 70%.
741 MIL CONTRATOS
ABRANGIDOS POR MORATÓRIAS
No acumulado até
ao fim de junho, já foram concedidas 519 mil moratórias a particulares
(crescimento de 9% em relação a final de maio). Estão aqui em causa 323 mil
contratos de créditos à habitação e 196 mil de crédito ao consumo.
Havia, até ao
final de junho, 222 mil contratos de empréstimos às empresas abrangidos pelas
moratórias (subida de 4% face ao mês anterior).
Ao todo, os bancos
já abrangeram nas moratórias um total de 741 mil contratos (avanço mensal de
8%).
12% DOS PEDIDOS EM
ESPERA OU RECUSADOS
As moratórias
concedidas representam 88% dos pedidos feitos aos bancos. Há, neste momento,
100 mil moratórias cujos pedidos estão em apreciação pelas instituições de
crédito ou que já foram mesmo recusados (o supervisor não discrimina entre as
duas situações).
As moratórias
permitem que os clientes afetados diretamente pela covid-19 ou pelos seus
efeitos económicos não paguem, durante um período de tempo, os juros e/ou o
capital das prestações de créditos. Atualmente, os clientes podem beneficiar da
suspensão até ao fim de março de 2021. Contudo, para terem acesso, o pedido
terá de chegar aos bancos até setembro (Expresso, texto do jornalista Diogo Cavaleiro)
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