domingo, agosto 16, 2020

Especialistas acreditam que contacto social entre adolescentes é um dos maiores motivos de propagação do vírus

Vários estudos têm sido realizados no sentido de averiguar a taxa de infeção entre as crianças e os adolescentes. A conclusão? Apesar de os dados não serem totalmente claros, os especialistas acreditam que contacto social entre adolescentes é um dos maiores motivos de propagação do vírus. No passado mês de julho, o Center for Disease Control and Prevention publicou um estudo que concluiu que as taxas de infeção em meio domiciliar eram mais elevadas onde residiam pessoas que contraíram o vírus na faixa etária entre os 10 e os 10 anos. Já entre a faixa etária entre os 0 e os 10 anos, as taxas revelaram-se mais baixas. Em junho, um estudo alemão publicado no medRxiv, um site de artigos científicos sobre saúde, descobriu que a reabertura das escolas contribuiu para o aumento substancial dos níveis de transmissão entre alunos, mas não entre funcionários.

No entanto, o mesmo fenómeno não se verificou em países como a Dinamarca ou a Noruega, onde a taxa de transmissão comunitária é menor do que na Alemanha concluiu, ainda, o estudo. Além disso, a análise demonstrou, também, que as crianças com menos de 5 anos que tenham Covid-19 num nível leve a moderado, apresentam uma carga viral muito maior.
Também um estudo realizado pela American Academy of Pediatrics e pela Children’s Hospital Association demonstrou que cerca de 97 mil crianças norte-americanas com menos de 19 anos revelaram resultado positivo para o coronavírus nas duas últimas semanas de julho. Este valor equivale a mais de um quarto do número total de crianças diagnosticadas em todo o país desde o mês de março. Os peritos admitem a possibilidade de este aumento substancial ter sido provocado pela reabertura das escolas. Paul Hunter, professor de medicina da Universidade de East Anglia, citado pelo The Guardian, disse que “uma criança infectada é mais infecciosa, mas os adolescentes têm contactos muito mais próximos e, portanto, são mais propensos a espalhar a infecção”.
Hunter acrescenta que a abertura das escolas é um fator muito relevante no que concerne à propagação do vírus, o que parece ser um ponto de consenso cada vez maior no meio da comunidade científica. “Se olharmos para a Suécia, um país que manteve as escolas primárias abertas, mas fechou as escolas secundárias e do ensino superior, esse fator pode ter contribuído para conter um pouco valor R”, isto é, o número médio de pessoas para as quais uma pessoa infetada transmite o vírus (ED)

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