Nos últimos dois anos, a grande maioria das comunicações judiciais de corrupção e crimes conexos, em Portugal, refere-se a entidades da esfera pública, revelando a profunda exposição do Estado a este tipo de criminalidade. De acordo com dados do Mecanismo Nacional Anticorrupção (MENAC), das 698 comunicações realizadas, a Administração Local concentra mais de metade das mesmas (51%), seguida da Administração Central (24%) e da Administração Regional Autónoma e Outros Organismos sob Tutela Pública (15%). Apenas 10% dos casos envolvem o setor privado.
Entre as áreas públicas mais sinalizadas, os Municípios destacam-se de forma esmagadora, representando 39,8% de todas as comunicações judiciais. Seguem-se as forças e serviços de segurança (9,7%), e as freguesias (9,3%). O padrão é claro: a corrupção em Portugal está profundamente enraizada na administração pública, sobretudo na administração local, onde as responsabilidades em termos de licenciamento, contratação pública e gestão de recursos criam contextos de maior vulnerabilidade. Estes dados confirmam a necessidade de reforçar a transparência, os mecanismos de prevenção e a capacidade de investigação, nesta esfera do Estado (fonte: Mais Liberdade, Mais Factos)

Sem comentários:
Enviar um comentário