domingo, dezembro 07, 2025

Espanha apresenta plano de combate à gripe: as máscaras estão de regresso e o teletrabalho é recomendado a quem tem sintomas leves

O Ministério da Saúde de Espanha e as comunidades autónomas chegaram esta quarta-feira a acordo para um plano de combate e vigilância às infeções respiratórias típicas do inverno, como a gripe, vírus sincicial respiratório (VSR) e coronavírus.  O documento, a que o "El País" teve acesso, recomenda que as pessoas que apresentem sintomas usem máscara sempre que saírem de casa e uso obrigatório em todas as unidades de saúde em épocas epidémicas. O teletrabalho é incentivado para todos os que tenham sintomas leves, para impedir o contágio.

O documento apresenta quatro cenários de “risco epidemiológico e recomenda técnicas em cada categoria”. O primeiro nível corresponde a uma “situação intraepidérmica ou de referência”, sem grande transmissão do vírus; o segundo é designado “epidemia de nível baixo ou médio”, o terceiro e quarto níveis representam uma “epidemia de nível alto” e “de nível muito alto”, respetivamente.  Segundo o jornal espanhol, o sistema baseia-se na monitorização, em “quase tempo real”, dos casos existentes, seguindo as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS) e do Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças (ECDC). 

Com o apoio das comunidades autónomas, e com base nos registos de anos anteriores, foi possível atribuir um dos quatro cenários a cada um dos territórios e, desta forma, definir que medidas implementar.  Atualmente, Espanha encontra-se no segundo cenário, “epidemia de nível baixo ou médio”. O Governo recomenda que as máscaras voltem a ser usadas em espaços públicos para todas as pessoas com sintomas, evitando contacto com os grupos vulneráveis.  

Em lares e instituições que estejam em contacto com os grupos de risco será obrigatório o uso de máscara para todos os funcionários que tenham sintomas. Nas unidades hospitalares com pacientes mais vulneráveis, como de transplante e quimioterapia, também é obrigatório o uso. Como medida de prevenção, o Governo recomenda que todas as pessoas usem máscara, mesmo não sendo obrigatório. Os indivíduos com sintomas respiratórios são aconselhados a trabalhar remotamente sempre que as características do trabalho o permitirem.

Num cenário de “alto risco”, as máscaras são recomendadas em todos os estabelecimentos de saúde. Os lares de idosos são recomendados a restringir visitas, tendo sempre em conta “as necessidades emocionais dos residentes”, refere o documento. Se as medidas necessárias se mostrarem insuficientes poderão ser adotadas medidas excecionais.  

Pico pode chegar no final do ano

O plano de prevenção foi apresentado mais cedo do que o habitual devido ao surgimento de uma nova estirpe da gripe A, que pode provocar uma temporada mais severa da doença.  O país entrou em fase epidémica na semana passada, segundo o Instituto de Saúde Carlos III. Num relatório publicado semanalmente, o instituto refere que a média de casos de gripes – 37 por 100 mil habitantes – foi ultrapassada.   O Governo de Espanha prevê que os números continuem a aumentar nas próximas semanas. Ou seja, este ano, o pico da gripe será atingido no final do ano, um mês antes de nos anos anteriores.

O Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças recomenda a todos os que são elegíveis para se vacinarem: “Vacinar-se agora é uma das formas mais eficazes de se proteger a si e aos outros”, afirmou Edoardo Colzani, diretor da área de vírus respiratórios do instituto. 

Em Portugal, a vacina da gripe passou a ser gratuita, este ano, para os bebés entre os seis e os 23 meses de idade e comparticipada para as crianças dos dois aos cinco anos. A vacinação sazonal para as pessoas com 60 ou mais anos, as grávidas e os doentes de risco começou no final de setembro (Expresso, texto escrito por Margarida Nogueira e editado por João Pedro Barros)

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