- Açores – potencial crise com não aprovação do programa de governo foi ultrapassada com abstenção PAN e Chega. Mas este partido exige acordo escrito com AD – ainda inexistente – e admite que se propostas orçamentais não corresponderem o Chega vota contra;
- Votação da emigração será decisiva. Em 2022 o PS ficou com 3 mandatos e o PSD com 1. Este ano com mais de 400 mil votantes será diferente sobretudo na Europa onde o Chega pode eleger um mandato;
- Madeira, coligação resiste, sobe em votos, mas esta foi a pior percentagem mesmo que se saiba que os mandatos são obtidos em função de votos e não de percentagens;
- PSD – tenho receio que as directas, o que não seria a primeira vez, sejam distorcidas e manipuladas mesmo antes de se realizarem. Eu acho que tem havido falta de verdade, de honestidade e de dignidade, confundindo-se interesses particulares e restritos com interesses mais amplos e alargados, do partido ou da Região. Acho que seria de bom tom que as pessoas finalmente percebessem por que motivo MA é arguido, quais os processos que impedem sobre ele, estatuto de arguido, que não é inibidor de coisa nenhuma nem representa qualquer condenação, enfim quais as acusações que o MP tem contra ele até para que se acabe c om muita especulação. Todos sabemos que apesar de MA se ter disponibilizado para prestar declarações sabe-se, todos sabem, que isso não é possível sem que a imunidade parlamentar seja levantada, neste caso quer pelo parlamento regional, quer pelo Conselho de Estado. Costa também fez o mesmo me há dias queixa-se de que ninguém ainda falou com ele. Nem o farão, e ele sabe disso, pelo menos até que a imunidade deixe de existir. Mas em Bruxelas, quando se associa Costa a um cargo europeu, todos dizem que o sucesso de uma candidatura depende, do resultado eleitoral das europeias, obviamente, mas também de uma decisão da justiça portuguesa, para que não subsistam pontas soltas que ponham em causa os titulares de cargos europeus. E Costa em Portugal nunca foi declarado arguido pela justiça no âmbito da chamada "Operação Influencer"...;
- Todos aceitam que o PSD-M não pode estar a eleger líderes para que daqui a meses esteja de novo envolvido em problemas com a justiça e nas primeiras páginas dos jornais e televisões. Acho que isso seria o fim e o início de uma penosa travessia do deserto. E na política não mandam nem os temores pessoais nem as habilidades de advogados transformados em conselheiros de pacotilha. Nem se pode tolerar julgamentos na praça pública, muito menos das desreguladas e bandidescas redes sociais, onde vale tudo, onde se fala de tudo, sobretudo do que não sabem, onde todos são corruptos, ladrões, bandidos e cornudos, onde de matam pessoas que estão bem vivas, onde se julgam pessoas com um simples clicar dos dedos, etc. Se foi a justiça a levantar estes temas processuais e a causar estes problemas e este aparato. então só cabe a ela esclarecer e resolver, seja de que forma for, o imbróglio criado;
- A abstenção foi das menores dos últimos anos nestas eleições o que coloca em causa muitas conversas da treta em função do tema, incluindo algumas encomendas sobre o fenómeno da abstenção na Madeira e as pretensas causas para o “justificarem” em cada eleição. As pessoas estão lã, votaram, mais 20 mil eleitores comparativamente a 2022, pelo que a versão utilizada tem que se atenuada e adaptada à realidade que nem sempre é compreendida logo à primeira apreciação. Mesmo que eu saiba que o processo de recenseamento eleitoral tem deficiências, muitas, e que os níveis elevados de abstenção incomoda os partidos porque questiona a representatividade dos eleitos, cuja legitimidade obviamente não é questionável;
- 3 deputados da coligação PSD-CDS na Madeira vão salvar a AD de Montenegro – que não veio à RAM em campanha – pois os resultados da emigração não devem ser nada favoráveis. Sem os votos e os deputados da Madeira duvido que a AD vença as eleições e cá estaremos para o confirmar;
- Mas apesar dos resultados e da resistência da coligação na RAM, os resultados, mesmo tratando-se de actos eleitorais diferentes e com especificidades próprias, deixaram sinais que apontam para o acentuar do duelo entre PSD e PS, para o reforço do fenómeno do Chega e para o crescimento da IL, havendo partidos mais pequenos e tradicionais que podem ver ser posta em causa a sua presença no futuro parlamento regional, se formos realmente para eleições legislativas regionais antecipadas;
- PSD-M nesta corrida eleitoral não precisa nem se mentiras, nem que andem a esconder factos dos seus militantes e simpatizantes, nem que enganem os mais de 4 mil militantes em condições de votar, etc. O PSD precisa de pragmatismo, de sangue-frio, de rigor nas suas escolhas e de ética e precaução nas suas opções. Não podemos andar a esconder o sol com a peneira e depois sermos confrontados a curto prazo com novos acontecimentos que podem questionar tudo, até os alicerces da autonomia e propósitos de alguns dos protagonistas políticos regionais;
- O PSD-M precisa de mudar algumas coisas, precisa de modernizar-se, precisa de alterar o seu modelo de funcionamento, precisa de simplificar o modelo de eleição e funcionamento dos seus órgãos internos, precisa de rever os seus estatutos, tem que ser, por precaução, mais rigoroso no combate a potenciais procedimentos ilegais, precisa de mudar o discurso porque as prioridades da sociedade hoje nada têm a ver com as que existiam há 5 ou 10 anos atrás, precisa de entender a sociedade em mudança, não pode entrar numa hecatombe negacionista com consequências imprevisíveis, etc. E para isso é preciso coragem de mudar, pragmatismo, compromissos, e até este momento confesso que nada foi dito. Ou seja, o poder é o mais importante e nada mais interessa além do poder. Obviamente que o poder é importante para partidos como o PSD, mas muitas vezes ganha-se ou perde-se o poder devido a omissões e desvalorizações de questões aparentemente pequenas, desvalorizadas ou tidas por insignificantes (LFM, a minha cábula para o Face a Face de 15,03,2024, caso fosse necessário...)
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