É uma tendência que vem de trás, mas que a sondagem desta semana do Centro de Estudos e Sondagens de Opinião (Cesop) vem reforçar. A Aliança Democrática (AD) é a força política mais forte no segmento do eleitorado com maior nível de escolarização, enquanto o PS é o partido proeminente entre a faixa eleitoral menos instruída. A sondagem da Universidade Católica para o PÚBLICO, RTP e Antena 1 – a última antes das legislativas de domingo próximo – revela que 34% dos inquiridos com o ensino superior indicam querer votar na AD, enquanto 14% preferem o PS. A AD sobe assim face aos 29% registados na semana passada e o PS recua relativamente aos 17% obtidos há uma semana.
Dos entrevistados com escolarização aquém do terceiro ciclo, 34% dizem que irão votar no PS, um aumento de sete pontos face aos 27% da semana passada. Já a AD regista uma ligeira descida, deslizando de 22% para 21% neste segmento eleitoral. O Chega surge destacado na terceira posição com 14%. Quanto aos eleitores com o ensino secundário, a AD continua a liderar. Porém, o Chega consegue ultrapassar o PS comparativamente aos dados da sondagem do Cesop de há uma semana: a AD continua com 24% deste eleitorado, o Chega sobe de 15% para 19% e o PS cai de 19% para 17%.
No que diz respeito à segmentação por faixa etária, PS (cresce de 32% para 36%) e AD(sobe de 27% para 29%) ganham força entre os eleitores com 65 anos ou mais, mas após semanas de recuperação da coligação liderada por Luís Montenegro, o partido de Pedro Nuno Santos consegue agora alargar a diferença, que passa de cinco pontos percentuais há uma semana para sete.
Seja como for, a AD conseguiu, desde a
convocação de legislativas antecipadas, diminuir o fosso que separava PSD e CDS
do PS – na sondagem do Cesop de Novembro a distância estava fixada em 14 pontos
percentuais –, o que indicia que a estratégia de Montenegro de reconciliação
com os pensionistas terá dado frutos.
No eleitorado mais jovem (entre 18 e 34 anos), continua tudo, no essencial, igual. A AD continua a liderar (25%) de forma destacada, seguida do Chega (18%) e da IL (11%), ao passo que o PS persiste com somente 8% num eleitorado claramente inclinado para a direita. Mais equilibradas estão as coisas na faixa entre 35 e 64 anos. A AD segue à frente (subiu de 24% para 26%), o PS está em segundo (com os mesmos 19% da semana passada) e o Chega continua em terceiro (cresceu de 14% para 16%).
A AD também garante primazia em relação ao género, liderando tanto nos homens como nas mulheres, conseguindo subir em ambos os eleitorados face à sondagem da Católica da semana passada. A coligação recolhe as intenções de voto de 27% dos homens entrevistados e de 26% das mulheres inquiridas. O PS mantém 22% nas mulheres e sobe de 19% para 22% nos homens. O Chega confirma ter um eleitorado predominantemente masculino, registando 20% dos homens e apenas8% das mulheres. Esta caracterização sociodemográfica é feita com base nas intenções directas de voto porque as respostas dos indecisos não são analisadas por género, idade e grau de escolaridade.
Ficha Técnica
Este inquérito foi realizado pelo CESOP – Universidade Católica Portuguesa para a RTP, Antena1 e Público entre os dias 28 de fevereiro e 5 de março de 2024. O universo alvo é composto pelos eleitores residentes em Portugal. Os inquiridos foram selecionados aleatoriamente a partir duma lista de números de telemóvel, também ela gerada de forma aleatória. Todas as entrevistas foram efetuadas por telefone (CATI). Os inquiridos foram informados do objetivo do estudo e demonstraram vontade de participar. Foram obtidos 2405 inquéritos válidos, sendo45% dos inquiridos mulheres. Distribuição geográfica: 33% da região Norte, 22% do Centro,31% da A.M. de Lisboa, 7% do Alentejo, 4% do Algarve, 2% da Madeira e 2% dos Açores. Todos os resultados obtidos foram depois ponderados de acordo com a distribuição da população por sexo, escalões etários e região com base nos dados do recenseamento eleitoral. A taxa de resposta foi de 40%*. A margem de erro máximo associado a uma amostra aleatória de 2405 inquiridos é de 2%, com um nível de confiança de 95%. Foram contactadas 5948 pessoas. De entre estas, 2405 aceitaram participar na sondagem e responderam até ao fim do questionário (Publico, texto do jornalista David Santiago)
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