terça-feira, março 05, 2024

Maioria dos estudantes da Universidade de Coimbra quer emigrar

Quase 70% (66,9%) dos estudantes da Universidade de Coimbra pensa em emigrar, mais de metade nos próximos cinco anos. A maioria considera que os baixos salários auferidos em Portugal não lhes vai permitir ter casa própria e constituir família pelo que querem sair do país. A Associação Académica de Coimbra (AAC) promoveu um inquérito online entre 1 e 26 de fevereiro, tendo validado 1272 respostas, mais de metade (55,6%) de estudantes de licenciatura, entre os 17 e 20 anos. A maioria (74,6%) dos que respondem que planeiam emigrar, diz querer regressar a Portugal.  

Entre os principais motivos para sairem do país,  esmagadora maioria dos estudantes (96,3%)  aponta as condições salariais, as ofertas de emprego (73,3%) e a progressão na carreira (67,5%). A AAC sublinha, no comunicado emitido esta segunda-feira, que o acesso à habitação é um "problema crucial" que determina a decisão de saír do país.  A AAC "não se manifesta contra a emigração, manifesta-se sim contra a emigração “forçada” por parte de estudantes ou recém-estudantes que são obrigados a abandonar o país contra sua vontade – por falta das mais variadas condições não asseguradas pelo Estado português ou por motivos de valorização profissional não existente no país". A associação defende ser "imprescindível" a melhoria das condições salariais e de trabalho para "manter a geração mais qualificada de sempre" no país. 

Só 4,1% consideram ter condições para constituir família

Face às condições salariais, a esmagadora maioria dos estudantes (85,7%) respondeu considerar que será incapaz de ter acesso a habitação própria. Entre as mais de mil respostas, só 25 estudantes manifestaram acreditar ter essa capacidade.  Interpelados sobre a intenção de constituir família, mais de metade (56,85) consideram que não vão ter condições para o fazer. Só 4,1% manifestam "concordar totalmente" com essa intenção face às atuais condições salariais.  A maioria dos estudantes (64,7) acredita que, face  ao atual contexto económico e laboral do país, nem sequer terá a capacidade para se tornar "financeiramente independente". Só 43, entre as mais de mil respostas, crêem nessa capacidade (Jornal de Notícias, texto da jornalista Alexandra Inácio)

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