É uma questão de tempo até que a maioria das pessoas contraia a Covid-19, em particular a nova variante Ómicron, alertam diversos especialistas. O coronavírus está a tornar-se endémico, como uma constipação comum, e deve ser tratado dessa forma pois está a tornar-se mais ameno com o passar do tempo, garantiu Paul Hunter, professor de medicina da University of East Anglia, esta quarta-feira, à ‘BBC’.
Ainda que seja muito cedo para voltar à normalidade, até que a onda da Ómicron termine – especialistas apontam que possa acontecer por volta da Páscoa – e, assumindo que não há novas ‘surpresas’ desagradáveis, as coisas devem voltar a uma relativa normalidade. “Esta é uma doença que não vai embora embora não a veremos como uma doença grave por muito mais tempo”, referiu Hunter.
“Em última análise, teremos de permitir que as pessoas positivas com a Covid-19 levem as suas vidas normais como fariam com qualquer uma constipação. Em algum ponto teremos de relaxar isso – talvez mais cedo ou mais tarde mas não agora”, precisou. “Então acho que seria improvável que façamos algo assim enquanto ainda estamos a lidar com a Ómicron, mas uma vez passando a Páscoa, talvez devêssemos a começar a olhar em reduzir, dependendo claro sobre qual será a doença daquela época”, atirou.
“Esta não é uma mensagem fácil de transmitir. Essencialmente, todos serão infetados pelo SARS-CoV-2 num futuro próximo, e provavelmente mais de uma vez na vida”, explicou o professor François Balloux, da University College London. “Pode-se usar uma máscara mas, nesta fase, tudo o que isso pode conseguir é atrasar o tempo até que alguns de nós sejam infetados e, assim, prolongar marginalmente a pandemia. Não me dá qualquer alegria anunciar a inevitabilidade do SARS-CoV-2 se tornar endémico, e num mundo ideal, gostaria que pudéssemos ter evitado outro vírus respiratório circulando na comunidade – já são mais de 200 – mas o mundo nem sempre é ideal" (Multinews, texto do jornalista Francisco Laranjeira)
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