Existe uma tendência negativa na variação do consumo, segunda uma análise aos hábitos dos consumidores da inoDev. Estudo revela também que uma mudança notória nos hábitos dos consumidores, que preferiram optar pelos supermercados da sua zona de residência. A inoDev – Serviços de Inovação e Desenvolvimento Empresarial, divulgou um estudo intitulado o “Impacto da pandemia no consumo dos portugueses”, baseado num inquérito aos consumidores. A análise dos resultados deste estudo “revela uma tendência negativa no setor do entretenimento, viagens e moda”. Já o setor da higiene e limpeza foi o que registou maior aumento. Em relação aos supermercados houve uma mudança notória nos hábitos dos consumidores, que preferiram optar pelos supermercados da sua zona de residência, diz a InoDev. “Relativamente à confiança depositada nos seus postos de trabalho, a grande maioria afirma não temer pelo seu emprego. Porém, relativamente à criação das medidas necessárias pelo Estado, bem como a ideia de uma Europa mais unida, o grau de confiança é consideravelmente menor”, lê-se nas conclusões do estudo.
A inoDev refere que a pandemia da Covid-19 está a alterar os padrões de consumo. “Os estudos publicados comprovam que, um pouco por todo o mundo, os consumidores têm vindo a alterar o seu comportamento, quer ao nível dos gastos quer das poupanças”.
“Por forma a medir este impacto, a inoDev lançou um questionário com o intuito de ajudar as empresas a prepararem-se para a nova filosofia de consumo que se adivinha”, refere a empresas.
Este estudo será repetido de dois em dois meses com o objetivo de analisar as alterações no consumo ao longo do tempo.
Como o Covid-19 mudou os padrões de consumo dos portugueses?
O questionário realizado revela que das 244 respostas, 27,73% dos inquiridos possui dois elementos no seu agregado familiar e 50,66% possui um rendimento mensal entre 1.000 euros e 2.500 euros. Em relação à situação atual no emprego, 32,02% estão empregados, mas em teletrabalho e 24,46% estão empregados, a desempenhar as suas funções habituais no seu local de trabalho habitual.
A destacar também que as principais palavras referidas pelos inquiridos quando pensam no vírus Covid-19 são: Medo, Crise, Doença, Isolamento e Contágio.
A empresa de consultoria especializada na área de inovação refere que “em termos gerais, existe uma tendência negativa na variação do consumo. O setor do entretenimento, viagens e moda foi o que registou variações mais negativas (-70%, -75,6% e -51,9% respetivamente), devido ao seu carácter não essencial e ao facto das viagens estarem interditas. Por outro lado, e como seria de esperar, o setor da Higiene e Limpeza foi o que registou maior aumento (31%), com especial destaque os produtos de desinfeção pessoal (46,9%)”.
No conjunto de todos os setores avaliados, regista-se uma variação negativa de -11,41%.
Tanto no canal físico, como no canal digital, existe uma tendência negativa na variação do consumo, registando-se uma variação de -19,76% nos canais físicos e -12,03% nos canais digitais, refere a análise aos hábitos dos consumidores.
Previsivelmente o consumo é mais negativo nas lojas físicas, embora, paradoxalmente os únicos estabelecimentos com variação positiva são os supermercados de proximidade (12,63%). A proximidade de casa, a relação qualidade-preço e os cuidados de higiene e segurança do local são os critérios mais importantes para os inquiridos na altura de escolher um estabelecimento de compras, perfazendo um total de 65,34% em termos da frequência com que foram mencionados.
Já o horário (2,36%) e o preço (4,05%) são os fatores considerados menos relevantes pelos inquiridos. Numa escala de 1 a 5, os inquiridos mostraram-se confiantes relativamente à sua situação atual, com elevados graus de confiança relativamente à permanência no atual posto de trabalho e sobrevivência da entidade empregadora (4.2) e à capacidade de proteção do núcleo familiar (3.6). No entanto, relativamente às forças políticas, os graus de confiança são consideravelmente menores, com apenas 2.9 para a criação, pelo Estado Português, das medidas necessárias e 2.5 para uma Europa mais unida.
Outra conclusão a retirar deste estudo é que, maioritariamente, os inquiridos mostram-se confiantes para a realização das suas tarefas habituais assim que for possível, com especial destaque para as compras em loja, idas a restaurantes, cafés e bares e viagens de turismo interno (mais de 65%). É nas viagens internacionais que os inquiridos se mostram mais receosos, com 30% a admitir só viajar quando existir vacina (Jornal Económico, texto da jornalista Maria Teixeira Alves)
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