terça-feira, junho 30, 2020

Nota: tempestades sem ondas....

Há coisas que me irritam, porque continuam a meter partidos onde não eles não se devem meter. O mal foi tudo o que se passou antes das eleições regionais e um alegado acordo de "cavalheiros" sobre o esquartejar da saúde regional e consequente distribuição de lugares a pessoas insatisfeitas que acreditaram que o PS ganharia as eleições regionais. Não questiono a legitimidade das ambições pessoais, porque isso é assunto pessoal e desconfio sempre das pessoas que não são ambiciosas, algo que é naturalmente humano. Mas os caminhos escolhidos e os métodos adoptados é que foram francamente um absurdo insultuoso.
Poderia retomar essas histórias, factuais, mas não faço, histórias viagens, reuniões, protagonistas, pretensos acordos, sondagens abusivamente realizadas em serviços, antes das eleições, tentativas de avaliação das reações de profissionais a nomes atirados ao "acaso" como alegados chefes futuros, pessoas que nunca tiveram qualquer envolvimento político-partidário activo ou efectivo, mas que de repente passaram a marcar presença em reuniões partidárias dedicadas ao tema da saúde, estimuladas sabe-se lá pelo quê, etc.
Mas à cautela, não fosse o "diabo tecê-las", os mentores precaveram-se e até criaram ligações a todos os partidos potencialmente participantes de uma solução governativa pós-eleições regionais de 2019 - PS, PSD e CDS.
Agora, por encomenda de algum deles, andam a tentar vender uma tempestade onde nem existem ondas. O problema é simples e nem falo na patifaria, diria na rasteira, que fizeram a FG, processo que um dia espero seja revelada toda a verdade, comprovando como foi usada para que alguém atingisse a "inevitabilidade" de um convite com o qual sempre sonhou, "forçando-o" a uma decisão com a qual sempre sonhou e que na realidade sempre desejou para si. Falhou, merecidamente! Porque a falsidade, a deslealdade, a mentira e a hipocrisia não podem ser premiadas numa política já tão carecida de seriedade e de ética.
A saúde não é um bolo que se parte em fatias. Por isso esta submissão partidária idiota e irritante de uns em relação a outros, tudo por causa do perfume do poder, que o incapacita quer de acabar de uma vez por todas com estas sacanagens de bastidores, quer  de explicar às pessoas, limpinho, limpinho, o que realmente se passou, ao que me consta desde escolhas marcadas por alegada ilegalidade decorrente apenas, ao que me contaram, da falta de currículo profissional legalmente exigido. Sem esquecer o espectro de uma ameaça da Ordem dos Médicos, que estava pronta a avançar, de retirada da idoneidade ao serviço, com tudo o que de escandaloso e grave daí resultaria. Ou seja, em vez de andarem alguns jornais a alimentarem pretensas divergências, ainda por cima generalizando a confundindo uma árvore com a floresta (julgo que existem 32 direcções de especialidades clínicas no SESARAM…), melhor seria que, de uma vez por todas, fizessem a cronologia de tudo o que se passou e acabassem com qualquer veleidade, repito, quanto ao alimentar de pretensas polémicas fabricadas, que têm rosto, propósitos e agenda pessoal. Até acredito que era capaz de desvendar a origem e as intenções subjacentes a tudo isto... Fico-me por aqui, porque recuso ser envolvido ou "legitimar" uma pretensa polémica.
Aproveito para insistir no desafio que uma vez aqui deixei: alterem a legislação (não sei se isso é possível ou se impera a legislação nacional…), sejam inovadores se necessário for, e assegurem que no futuro tanto a Direcção Clínica do SESARAM como as chefias dos diferentes serviços de especialidade médica (ressalvo que nada tenho contra as pessoas que desempenharam ou desempenham esses cargos, nem me reconheço qualquer competência ou legitimidade para emitir juízos de valor ou questionar a experiência e competência de todos eles), sejam eleitas pelos profissionais, em moldes a serem definidos orgânica ou regulamentarmente, para que se acabem com imposições políticas e com lamentáveis negociatas partidárias de bastidores, ou até mesmo chantagens, que em nada abonam a favor, nem de quem aceita ser usado nesses contextos, nem dos serviço em causa.
Finalmente deixo uma mensagem pessoal de gratidão pela forma como o Serviço Regional de Saúde respondeu, apesar das dificuldades iniciais que foram generalizadas a todo o mundo, aos desafios de uma pandemia que ninguém conhece e uma saudação aos profissionais de saúde que estiveram neste combate.
Uma mensagem de agradecimento reconhecido aos profissionais de saúde, a todos eles, que nas diferentes áreas de actividade marcaram presença, muitos deles até foram infectados ou mantidos em quarentena, exactamente porque responderam sempre ao que lhes era pedido, correndo muitas vezes riscos que só o tempo e os suficientes meios de protecção pessoal, paulatinamente foram impedindo males maiores.
Confesso que esperava que nas condecorações do 1 de Julho, Dia da Madeira, fosse atribuída ao SESARAM uma condecoração, não à instituição propriamente dita, mas a ela apenas na qualidade de representante dos profissionais de saúde ao seu serviço, como forma de expressão do reconhecimento da gratidão dos madeirenses aos profissionais e ao serviço regional de saúde, pelo que fizeram até hoje e pela forma atenta, eficaz, competente e pronta que continuará a ser-lhes pedida, porque esta pandemia está longe de fazer parte do passado das nossas vidas e da nossa sociedade.
Esperando ainda que a saúde de uma maneira geral, e os seus profissionais, sejam devidamente valorizados e respeitados e que as promessas que lhes foram feitas não caiam no esquecimento. Até porque está mais do que provado que a saúde não mais será o que era até esta pandemia surgir. E isso é que é o mais importante, e não andarmos a perder tempo com discussões idiotas e inúteis que não interessam a ninguém e não passam de lixo (LFM)

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