A comissão executiva da TAP criticou hoje Bruxelas pelo que considera ser uma diferença de tratamento face a outras companhias aéreas. “Não tenha duvidas que a comissão executiva não vai aceitar que a Comissão Europeia defina o destino da TAP”, começou por dizer hoje o presidente executivo da TAP. “Vamos brigar ate ao fim para que a Comissão Europeia nos trate como outras companhias aéreas”, avisou Antonoaldo Neves em audição no Parlamento. O gestor criticou a Comissão Europeia por ter rejeitado aprovar apoios para a companhia aérea no âmbito do pacote de apoios aprovados para tentar mitigar os efeitos da pandemia da Covid-19 no setor europeu da aviação, dando o exemplo da companhia aérea alemã Condor que teve direito a apoios semelhantes em novembro de 2019. O presidente executivo da TAP está hoje a ser ouvido na comissão parlamentar de Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação, por requerimento do PS e do PSD.
Na decisão anunciada a 10 de junho, a Comissão Europeia decidiu que “a TAP não é elegível para receber apoio ao abrigo do Quadro temporário da Comissão relativo aos auxílios estatais, destinado a apoiar empresas que de outro modo seriam viáveis”. No entanto, deu luz verde ao Estado português para realizar um empréstimo até 1.200 milhões de euros à companhia aérea. Esta decisão autoriza o Governo português a conceder o empréstimo sujeito a um reembolso no espaço de seis meses ou a apresentação de um plano de reestruturação ao fim de seis meses.
Antonoaldo Neves recordou que a comissão executiva não participou no diálogo inicial com Bruxelas.
O gestor recordou que empresas como a Air France ou a Lufthansa tiveram direito a garantias dos respetivos Estados para pedirem empréstimos. Sobre se será possível neste momento optar por esta opção, apontou que neste momento já é “difícil” seguir este caminho. Antonoaldo Neves disse que espera ter o plano de reestruturação pronto em “60 ou 90 dias”, aprovado por todos os acionistas. O objetivo é apresentar o plano em Bruxelas no espaço de três meses, para “não ter uma arma apontada à cabeça daqui a seis meses” (Jornal Económico, texto do jornalista André Cabrita-Mendes)
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