Ao longo da história foram vários os momentos em que a
Humanidade foi atacada por doenças mais ou menos mortíferas e espalhadas pelo
planeta. Primeiro esporádicas, depois cada vez mais frequentes, à medida que as
pessoas se foram concentrando em cidades maiores e diversificando contactos com
populações, animais e ecossistemas. A empresa canadiana Visual Capitalist, que
trata graficamente tendências e notícias, fez esta cronologia gráfica, onde
fica evidente que hoje os surtos são frequentes, embora não atinjam todos a
categoria de pandemia, como a covid-19 e, em 2009, a gripe A.
Apesar da persistência das doenças e das pandemias ao longo da
História, há uma tendência consistente de “redução gradual da taxa de
mortalidade”, frisa o Fórum Económico Mundial. “A melhoria dos cuidados de saúde
e do conhecimento sobre as pandemias têm sido ferramentas poderosas para
mitigar o seu impacto.”
Ainda que longe do fim, a pandemia da covid-19, que começou no
final de 2019 na China, já infetou 250 mil pessoas e matou mais de 10 mil. É um
número mais de dez vezes acima do registado nas duas últimas epidemias causadas
por outros coronavírus (a SARS em 2002 e a MERS em 2015). Mas ainda está
bastante distante de outras que marcaram a História, como a gripe espanhola de
há 100 anos. A evolução das ciências, e da medicina em particular, leva a
acreditar que esses números não voltarão a ser atingidos.
“Este vírus comporta-se como um relógio”
O professor de Matemática da Faculdade de Ciências da
Universidade de Lisboa, Jorge Buescu, avançou na última edição do Expresso com
três cenários para a evolução do número de casos de pessoas infetadas em
Portugal com o novo coronavírus. Passada uma semana, o cenário 1, o menos
grave, com cerca de quatro mil infetados no fim deste mês, “é para esquecer, já
não será possível de se atingir”.
O país está, portanto, a avançar entre os cenários 2 (com
medidas de restrição progressivas, classificado como “à francesa”), em que se
poderia atingir os 19 mil infetados no fim de março, e o mais grave, o cenário
3, com um impacto de infeção sobre até 60 mil pessoas. Buescu alerta que os
números divulgados até esta semana ainda refletem as infeções que ocorreram há
15 dias (tempo máximo do surgimento dos sintomas) e só agora foram
diagnosticadas. E os números da Direção-Geral da Saúde são tornados públicos
refletindo a situação do dia anterior, enquanto as previsões do matemático
devem ser lidas no dia a que se referem. Ou seja, há sempre um atraso de 24
horas nos números oficiais.
A polémica sobre a pertinência de um matemático analisar a
evolução da doença, sobretudo alguém que numa primeira fase desvalorizou o
impacto da epidemia, estalou nas redes sociais e, desde então, os modelos
matemáticos multiplicaram-se (ver texto nesta página). Mas Jorge Buescu não se
desvia dos seus cálculos: “Este vírus comporta-se como um relógio. Também houve casos de turistas a tentar fintar a GNR e o SEF.
Foi o caso de um alemão barrado na fronteira de Vilar Formoso. Inconformado com
o bloqueio de que foi alvo, resolveu entrar numa fronteira que se encontrava
encerrada. Só que acabou por ser apanhado (Isabel Paulo e Hugo Franco,
Expresso)
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