quarta-feira, dezembro 16, 2015

Assembleia da República: Passos e Portas diferentes em..."descasalamento"?

Registei hoje no debate parlamentar na Assembleia da República que as intervenções de Passos e de Portas, já como deputados na oposição e não como governantes, se tenham caracterizado pelo regresso às origens, ou seja, sem a patética alusão à ilegitimidade de um governo de esquerda liderado pelo PS e surgido depois de um entendimento alargado à esquerda que beneficia da maioria absoluta dos mandatos na Assembleia.
Passos, apesar de "provocador", esteve bem, assumiu uma postura de liderança da oposição, interpelando Costa sobre factos concretos, aos quais de uma maneira geral este fugiu a responder. Quanto a Portas, mais agressivo, a polémica foi mais evidente. O líder do CDS - que interveio claramente a reboque de Passos ou vice-versa (horas antes tinha sido anunciando que Passos não usaria das palavra neste debate) - pretendeu claramente provocar Costa e o governo socialista, desde a abolição dos exames, à metodologia de redução da sobretaxa de IRS, passando pelas greves, pelo sindicalismo, pelas provocações ao PCP, pela situação nos portos, pelo investimento externo, tudo matérias - salvo a da educação - que estiveram directamente sob a sua tutela. Digamos que enquanto Passos interveio numa postura de colocar-se acima de saudosismos ou pormenores, Portas centrou a a sua atenção na defesa da sua "dama", leia-se, da sua governação. Uma postura diferente que não passou despercebida e que provavelmente surge já na sequência de notícias hoje divulgadas que davam  conta do início do processo de "descasalamento" por conveniência entre PSD e CDS.

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