sexta-feira, maio 16, 2014

Fortunas portuguesas aumentaram nos anos de resgate: Três mais ricos têm mais mil milhões



Escreve o Dinheiro Vivo que “os ricos estão cada vez mais ricos e nem a crise ou austeridade pelas quais Portugal passou e está, ainda, a enfrentar, tiveram qualquer efeito ou impacto. Contas feitas, no conjunto, os três portugueses mais ricos do mundo viram a sua riqueza aumentar em mais de mil milhões de euros. Se em 2011, ano em que Portugal foi forçado a pedir assistência financeira internacional, a fortuna de Américo Amorim, Alexandre Soares dos Santos e Belmiro de Azevedo ascendia a 6,47 mil milhões de euros, hoje a conta bancária conjunta dos três magnatas está recheada em 7,7 mil milhões de euros. Na prática, isto significa que a riqueza dos portugueses mais ricos do mundo aumentou em 1,23 mil milhões de euros, o equivalente a um crescimento de 19%, durante os três anos de estadia da troika em Portugal. Os números constam no último ranking divulgado pela Forbes. Segundo a revista norte-americana, Américo Amorim voltou a ser em 2014 o português mais rico do mundo com uma fortuna de 3,85 mil milhões de euros. O rei da cortiça, como lhe apelidou a Forbes, subiu 49 lugares no ranking para a 267.ª posição no espaço de um ano, a beneficiar das 'apostas' de investimento feitas na Corticeira Amorim e na Galp Energia. Em 2011, a fortuna ascendia 3,7 mil milhões. Apesar de ter caído 151 posições, para a 609.ª, e de ter visto a sua riqueza emagrecer para 2 mil milhões de euros, muito por culpa da desvalorização das ações da Jerónimo Martins, o dono do Pingo Doce, Alexandre Soares dos Santos, é o segundo português mais rico do mundo. Quando Portugal pediu o resgate, Soares dos Santos era dono de uma fortuna avaliada em 1,67 mil milhões. Já o rival Belmiro de Azevedo ganhou algum terreno, com o dono do Continente a escalar 337 lugares para a 687.ª posição com uma fortuna de 1,8 mil milhões de euros, alicerçada pela participações na 'família Sonae'. Há três anos, a riqueza de Belmiro ascendia a pouco mais de mil milhões de euros. Mas os exemplos de que a austeridade não passou fatura aos mais ricos do país não ficam por aqui. A lista das personalidades e famílias mais ricas de Portugal, elaborada anualmente pela revista Exame, também revelam um aumento das fortunas em tempos de crise. A ocupar a terceira posição no ranking de 2013 estava a família Guimarães de Mello, com uma riqueza estimada em 1,67 mil milhões de euros. No ano em que Portugal pediu ajuda externa, a fortuna era de mil milhões de euros. Já António Mota revelou-se como um estreante da lista da Exame no ano passado, com o empresário a representar uma nova entrada no top das dez maiores fortunas, com quase 540 milhões de euros. No entanto, existem algumas exceções à regra e nem todos os ricos parecem ter escapado imunes à crise. De acordo com o ranking da Exame, casos como os da Família Alves Ribeiro ou de Maria do Carmo Moniz Galvão Espírito Santo viram as suas fortunas emagrecer desde a chegada da troika em 2011 até ao final do ano passado”