sábado, maio 24, 2014

Morte de madeirense, agente da PSP, chocou-me

No passado dia 18 de Maio, confesso que sem ler o seu conteúdo, dei neste espaço uma notícia intitulada "Três suicídios na PSP com arma de serviço num mês e meio". Segundo a notícia do jornalista do Público, Pedro Sales Dias, "um polícia foi encontrado morto na Serra de Sintra este domingo. Agentes defendem o reforço dos meios do gabinete de psicologia da PSP e a criação de uma comissão que analise a situação e tome medidas".
Confesso que não li toda a notícia, apesar de a ter divulgado por considerar que se tratou de uma situação dramática e que devia ser partilhada.
O problema é que hoje fui confrontado com a notícia, que me chocou, e que me foi dada pelo próprio pai e meu caro amigo, de que um dos agentes que morreram era um jovem madeirense, em serviço no Continente, repito, filho de uma pessoa que conheço há muitos anos, desde que fomos colegas de escola, por quem tenho muita consideração e a quem mando um abraço de solidariedade e de amizade muito sentido, bem como a toda a família. Estas pessoas, este meu amigo em particular, não mereciam este desfecho que os atormenta e que os castigou de uma forma severa e injusta. Fiquei chocado e triste com o que hoje me foi dado a conhecer, ainda por cima quando a comunicação social regional não deu conta do que se passou.
Der facto, ao ler a referida notícia do Público constato que:
"A polícia encontrou o corpo do agente madeirense — que trabalhava na esquadra de Carcavelos, Cascais — pouco antes das 11h com a arma de serviço ao lado. Terá sido com ela que disparou o tiro fatal, garantiram ao PÚBLICO fontes policiais. Segundo os seus colegas, o agente estava a ser acompanhado pelo gabinete de psicologia da PSP. E teria sido avisado por uma hierarquia superior de que iria ser desarmado. O aviso, sem o desarmamento imediato, terá perturbado ainda mais o jovem, que já antes havia sido retirado do curso de ingresso numa esquadra de turismo por estar com apoio psicológico. Após esse aviso, o agente ficou incontactável e não aparecia ao serviço havia dois dias, pelo que a Divisão da PSP de Cascais lançou um alerta interno a todos os agentes, chegando mesmo a organizar meios de busca em alguns locais. O carro do polícia acabou por ser encontrado na noite deste sábado, mas a mata densa da serra de Sintra e a noite cerrada só permitiram a descoberta do agente na manhã de domingo (...)"
Realmente esta sociedade está cada vez mais porca e estas instituições precisam urgentemente de preparar-se não só para lidar com situações sociais ditadas pela crise social em que nos encontramos, para para serem capazes de acompanharem profissionais que estão deslocados da sua terra, do seu ambiente, dos seus amigos e do seu seio familiar, o que tem sempre consequências facilmente entendidas e que nalguns casos são graves.