Li no Expresso
que “os resultados ainda provisórios das eleições europeias, realizadas ontem no
Reino Unido e na Holanda, preveem a vitória do UKIP de Nigel Farage e a derrota
do PVV de Geert Wilders. Hoje vão a votos Irlanda e República Checa. Os
resultados da votação nos partidos eurocéticos do Reino Unido e Holanda - os
países que inauguraram a maratona eleitoral europeia - não poderiam ser mais
divergentes. No Reino Unido, os populistas do UKIP (Partido da Independência do
Reino Unido) celebram os excelentes resultados obtidos nas eleições municipais,
que deixam antever a provável vitória do líder Nigel Farage na corrida ao
Parlamento Europeu, escrutínio que só irá decorrer no domingo, o dia em que
terminam as votações nos restantes países da União Europeia. O bom desempenho
do UKIP afetou as três grandes formações políticas do país. Tradicionalmente apegado
ao bipartidarismo entre conservadores e trabalhistas, o Reino Unido assistiu à
entrada dos liberais-democratas na equação e parece estar prestes a
converter-se num sistema de quatro partidos.
"Raposa do
UKIP entrou no galinheiro de Westminster"
Quando começaram
a surgir os primeiros resultados, o líder do UKIP disse que "a raposa do
UKIP entrou no galinheiro de Westminster". Nigel Farage acrescentou ainda
que o seu partido vai "jogar para ganhar" as eleições gerais de 2015,
e que terá hipóteses de garantir pela primeira vez uma representação na Câmara
dos Comuns.
A confirmar-se o
triunfo do UKIP nas europeias, a política britânica arrisca uma fase de grande
instabilidade, a menos de um ano das eleições gerais de 7 de maio de 2015. Do
lado de lá do Mar do Norte, a vizinha Holanda parece escrever uma história
radicalmente diferente. Várias sondagens antes das eleições davam como certa
uma vitória dos eurocéticos liderados por Geert Wilders, o que não veio a
verificar-se. Sondagens efetuadas ontem à boca das urnas situam o partido PVV
de Wilders atrás de todos os principais partidos holandeses pró-europeus, com
12,3% dos votos. Quase três pontos percentuais abaixo dos liberais D66 e dos
Democratas Cristãos, cada um deles com mais de 15% dos votos.
Geert Wilders foi
a deceção da noite
Caso este cenário
se confirme, o partido de extrema-direita, xenófobo e anti-islamita, perderá
dois deputados no Parlamento Europeu, conservando apenas três entre o total de
26 representantes holandeses. Anteriores sondagens davam como certa a vitória
de Geert Wilders nas eleições europeias, mas a controvérsia em torno da sua
aliança com a Frente Nacional francesa, o partido de extrema-direita de Marine
Le Pen, terão comprometido as suas aspirações, deixando o PVV aquém dos
resultados obtidos em 2009 (menos 4,8%). Perante as primeiras previsões
avançadas ao final da noite, Wilders foi obrigado a adiar a celebração num
pequeno bar dos subúrbios de Haia. Insistiu que continuará a lutar pela
"soberania nacional, por menos imigração e menos Bruxelas". Irlanda e
República Checa vão esta sexta-feira às urnas para eleger os representantes dos
seus países no Parlamento Europeu. Sábado é a vez de Itália entrar em cena e no
domingo os restantes 23 países da União Europeia. Os resultados nos 28
Estados-membros serão divulgados ao final do dia de domingo”