sexta-feira, maio 23, 2014

É só mamar! Despesa em comissões com "troika" dispara 176%...

Escreve o Dinheiro Vivo: "Um país endividado tem de fazer face aos compromissos com os credores. E a troika não é exceção. O gasto em comissões pagas sobre o empréstimo concedido pelo FMI, Comissão Europeia e BCE a Portugal disparou 176% até abril, atingindo 17,6 milhões de euros. A despesa total realizada desde o início do ano com a dívida contraída durante o período de resgate foi ainda mais elevada: 405,5 milhões de euros, mais 9,9% do que há um ano. Daí que a despesa com juros e outros encargos com a dívida pública gerida pela administração central tenha disparado 25,5%, para 1,6 mil milhões de euros (incluem-se aqui custos com obrigações ou bilhetes do Tesouro emitidos, entre outros). A boa notícia é que o défice continua a dar sinais de alívio. Segundo os critérios da troika, o saldo ascendeu, até abril, a 2217,5 milhões de euros negativos, o que compara favoravelmente com o valor relativo a igual período de 2013 (-2411,3 milhões de euros). A despesa da administração central e da Segurança Social no primeiro quadrimestre do ano cresceu 0,8% em termos homólogos, pior do que os 0,2% registados até março. Mais uma vez, o gasto em juros teve um papel importante, mas há mais fatores a considerar, até porque a despesa primária (sem juros) apenas caiu 0,6%, valor que compara com os -1,4% registados no final do primeiro trimestre. A Direção-Geral do Orçamento refere que a explicação reside na evolução da despesa com contratos de concessões rodoviárias (Transmontana, Douro Interior, Baixo Tejo e Litoral Oeste) e também devido ao perfil intra-anual da contribuição financeira de Portugal para o orçamento da União Europeia. A receita fiscal líquida acumulada do Estado até abril de 2014 ascendeu a 11 mil milhões, o que representa um aumento de 524 milhões face ao ano passado. O IRS continua a ser o grande motor da receita (+9,9%), ascendendo 4,3 mil milhões. Uma das explicações é o aumento do emprego e consequente queda nos gastos com o subsídio de desemprego (-13,2%). Por outro lado, a receita líquida acumulada dos impostos indiretos aumentou 2,5% (2,2% até março), com especial destaque para o crescimento da receita acumulada do IVA (+2,4%), do imposto sobre veículos (+40%), do imposto único de circulação (+17%), do imposto sobre o tabaco (+4,7%) e ainda do imposto sobre bebidas alcoólicas (+0,4%). A cobrança voluntária do IVA apresentou um crescimento acumulado de 245 milhões, em termos homólogos, fortalecendo a tendência observada nos últimos meses"