Li no Económico que "Artur Mas disse que o seu sucessor não poderá ser difamado por Madrid "porque já não vai depender da Espanha". "Ao próximo presidente regional eles [os políticos espanhóis] não poderão destruir porque já não vai depender da Espanha", afirmou esta tarde Mas, durante um comício eleitoral em Barcelona. O líder regional catalão reage assim às acusações de corrupção que foram levantadas contra si e ao seu predecessor Jordi Pujol por políticos de Madrid. Mas afirma que estas não passam de "ataques contra a Catalunha" que fazem parte do "jogo sujo do Estado" espanhol, após o seu partido CiU ter prometido realizar um referendo sobre a independência da Catalunha, caso seja reeleito após as eleições locais do dia 25. "Eles [os políticos do sistema em Madrid] estão dispostos a quaisquer calúnias e difamações, e mesmo a fabricar provas falsas. Quão mais forte seja o nosso resultado eleitoral e maior força tenha o próximo presidente regional, mais duros serão os ataques, que não são contra mim, mas contra o povo da Catalunha", disse Artur Mas. O líder admitiu ainda que, apesar das promessas da independência, em caso de vitória o seu partido vai levar a cabo mais cortes orçamentais, pelo que as acusações de estar a procurar a independência como meio de escapar à austeridade não têm fundamento. A campanha eleitoral está entretanto a polarizar a Catalunha entre independentistas e lealistas a Espanha, sendo que as sondagens hoje divulgadas não dão a maioria absoluta à CiU de Mas, que se manteria pelos 37,2% dos votos, enquanto que o PP local, partidário da lealdade a Espanha - se tornaria na segunda força política da região, com 13,2%. Se forem contados os votos das restantes formações nacionalistas catalãs, contudo, o número de votos favorável a um maior distanciamento de Madrid superam confortavelmente os 50%. Ao serem conhecidos os resultados do inquérito, o primeiro-ministro e líder do PP espanhol, Mariano Rajoy, afirmou que o presidente catalão está a fazer "um dano enorme" à imagem internacional da Espanha com as suas afirmações de apoio à soberania local, as quais poderão "atrasar a recuperação económica".