quarta-feira, novembro 29, 2023

Sondagem: O principal problema do país? “É a economia, estúpido”

A sondagem inclui uma pergunta aberta em que se pede aos inquiridos para nomearem um – e apenas um – que considerem ser o principal problema do país. Sendo uma pergunta aberta, não foram dadas aos inquiridos quaisquer respostas predefinidas. Os problemas com a Saúde, Serviço Nacional de Saúde e médicos foram apontados por 18% dos que responderam à sondagem. O Governo e o seu rumo foi considerado o “principal problema” por 11%. A corrupção foi nomeada também por 11%. A mesma percentagem de 11% dos inquiridos indicou como principal problema o custo de vida e a inflação.

As questões da habitação, em que se incluem taxas de juro e rendas, foram apontadas por 7%. Os baixos salários do país, as pensões e a pobreza foram considerados “o principal problema” por 6% dos inquiridos; a economia e o investimento por 4%, enquanto os impostos foram indicados por 3%. Escolheram a crise política e a demissão do primeiro-ministro (e a instabilidade política) 4%, enquanto também 4% apontaram como principal problema a credibilidade dos políticos. A imigração aparece pela primeira vez neste género de estudos, considerada “principal problema” por 3% dos inquiridos.

Com base nestes resultados, os analistas identificaram “três grandes áreas temáticas”: rendimento disponível (inflação, custo de vida, baixos salários, habitação, economia, impostos) – em conjunto, estes temas são apontados como principal preocupação por 32%. Outra área abrange a governação, confiança, corrupção e credibilidade dos políticos e aparece como a segunda principal preocupação, com 19%. A Saúde e o SNS aparecem então abaixo com 18%. Tudo indica que a frase “é a economia, estúpido”, uma frase inventada por um estratega da campanha de Bill Clinton em 1992 como foco para essas presidenciais, também será essencial em Março de 2024.

Ficha técnica

Este inquérito foi realizado pelo CESOP Universidade Católica Portuguesa para a RTP, Antena 1 e PÚBLICO entre os dias 15 e 24 de Novembro de 2023. O universo alvo é composto pelos eleitores residentes em Portugal. Os inquiridos foram seleccionados aleatoriamente a partir duma lista de números de telemóvel, também ela gerada de forma aleatória. Todas as entrevistas foram efetuadas por telefone. Os inquiridos foram informados do objectivo do estudo e demonstraram vontade de participar. Foram obtidos 1102 inquéritos válidos, sendo 41% dos inquiridos mulheres. Distribuição geográfica: 31% da região Norte, 20% do Centro, 33% da Área Metropolitana de Lisboa, 7% do Alentejo, 5% do Algarve, 2% da Madeira e 2% dos Açores. Todos os resultados obtidos foram depois ponderados de acordo com a distribuição da população por sexo, escalões etários e região com base no recenseamento eleitoral. A taxa de resposta foi de 31%. A margem de erro máximo associado a uma amostra aleatória de 1102 (Publico, texto da jornalista Ana Sá Lopes)

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