segunda-feira, outubro 30, 2023

“Avaliações da TAP rondam mil milhões de euros ou menos”, adverte Luís Marques Mendes

A confirmar-se, será um terço ou um quarto dos 3,2 mil milhões de euros injetados na companhia. “Está-se mesmo a ver que quando se der a venda isto vai gerar polémica”, destacou Marques Mendes no habitual espaço de comentário na SIC este domingo. O comentador da SIC e antigo líder do PSD, Luís Marques Mendes, advertiu este domingo, no espaço de comentário no “Jornal da Noite” da SIC, que a TAP deverá estar avaliada em mil milhões de euros ou menos, ou seja, um terço ou um quarto dos 3,2 mil milhões de euros que foram injetados na companhia.

“Pelo que me dizem, as avaliações que foram feitas dão um valor relativamente baixo da companhia: um terço ou um quarto dos 3,2 mil milhões que já foram injetados na TAP. Portanto, serão mil milhões de euros ou menos. Está-se mesmo a ver que quando se der a venda isto vai gerar polémica e a esta não podemos acrescentar nova polémica a nível de transparência”, destacou Marques Mendes. Neste espaço de comentário, o antigo líder do PSD concordou em absoluto com o veto de Marcelo Rebelo de Sousa ao diploma que estabelece os parâmetros da privatização da companhia aérea: “É um veto benigno, não é para criar dificuldades ao Governo mas sim para ajudar a que o processo de privatização da TAP seja transparente, sem suspeições”.

“Não é para impedir a privatização, é para dizer que o processo tem que estar totalmente blindado do ponto de vista da transparência sobretudo nos seguintes pontos: por um lado, o Governo diz que pode privatizar de 51% até 95% mas depois é o Governo que vai definir quanto em concreto; por outro, o Governo diz que vai fazer contactos informais no âmbito da privatização e o Presidente da República diz que tem tudo que ficar registado porque nestas matérias não tem que haver informalidade”, realçou o comentador.

O Presidente da República vetou na passada sexta-feira o decreto do Governo que enquadra as condições para a reprivatização da TAP pedindo clarificação sobre a intervenção do Estado, a alienação ou aquisição de ativos e a transparência da operação. Este veto foi divulgado através de uma nota publicada no sítio oficial da Presidência da República na Internet, na qual se lê que Marcelo Rebelo de Sousa “decidiu devolver ao Governo o diploma de privatização da TAP, solicitando a clarificação de três aspetos que considera essenciais”. O chefe de Estado pede ao Governo que clarifique “a capacidade de acompanhamento e intervenção do Estado numa empresa estratégica como a TAP; a questão da alienação ou aquisição de ativos ainda antes da privatização; a transparência de toda a operação”, acrescenta-se na mesma nota.

Em carta dirigida ao primeiro-ministro, António Costa, divulgada juntamente com esta nota no sítio oficial da Presidência da República na Internet, Marcelo Rebelo de Sousa refere que “foram solicitados esclarecimentos complementares ao Governo” sobre “estas três questões específicas, mas cruciais”. “Infelizmente, as respostas, ontem [quinta-feira] recebidas, não permitiram clarificar na totalidade três aspetos que considero essenciais”, lamenta (Jornal Económico, texto do jornalista José Carlos Lourinho)

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