Líder socialista
bate o social-democrata por larga margem na adesão à personalidade e às
políticas. Na avaliação de desempenho, António Costa tem 40 pontos de saldo
positivo, enquanto Rui Rio está em terreno negativo. Na confiança para
primeiro-ministro, vale o triplo do adversário à Direita, revela sondagem da
Aximage para o JN, DN e TSF.
Três meses depois de um primeiro frente a frente, António Costa está mais forte, enquanto Rui Rio estagnou. O líder socialista não só passa incólume pela terceira vaga da pandemia, como amplia a vantagem para o social-democrata, de acordo com o barómetro da Aximage para o JN, DN e TSF. É assim em todos os parâmetros: na adesão dos portugueses à personalidade e às políticas de cada um; na avaliação ao desempenho enquanto líderes partidários; e, finalmente, quanto à confiança para primeiro-ministro, com Costa a acumular 36 pontos de vantagem sobre Rio.
Foi em dezembro
que o barómetro ensaiou um primeiro teste alargado à popularidade dos líderes
dos dois maiores partidos. E já então a diferença entre Costa e Rio era
significativa. Três meses depois, o fosso alarga-se, graças à popularidade
acrescida do atual primeiro-ministro.
Quando se mede o
gosto pelos líderes e pelas suas políticas, o socialista solidifica a sua base
(ou seja, a resposta com maior número de escolhas): são agora 40% os que
apreciam simultaneamente a personagem e as suas ideias (mais três pontos do que
em dezembro).
O crescimento é
ainda maior quando se mede os que apreciam a pessoa, independentemente das
políticas - são agora 61% (mais sete pontos). Mas cresce também a adesão às
políticas, independentemente da avaliação pessoal - são 50% (mais dois pontos).
RIO COM BASE
SOMBRIA
A exemplo de
dezembro do ano passado, a base do social-democrata é mais sombria: 35% não
gostam nem do líder nem das ideias que defende, um pouco mais do dobro dos que
manifestam uma adesão total (16%).
Quando se somam as
parcelas que permitem medir o apoio às políticas, independentemente da
personalidade, o resultado de Rui Rio também é baixo: 28% (igual a dezembro).
No caso do gosto pela pessoa, e independentemente das políticas, a situação é
um pouco melhor: 41% (mais um ponto percentual).
Em qualquer dos
ângulos de análise - preponderância na imagem pessoal ou nas políticas - o
líder do PSD tem sempre saldo negativo. Mas há algumas exceções, quando se
decompõem os segmentos da amostra: o saldo pessoal é positivo no Norte e na
Área Metropolitana do Porto; entre os homens; e nos que têm 65 ou mais anos. Já
no que diz respeito às políticas, só os eleitores do PSD lhe garantem um saldo
positivo.
COSTA FRACO À
DIREITA
No caso de António
Costa, a norma é averbar um saldo positivo, tanto na adesão à personalidade,
como às políticas, ainda que neste caso a margem seja estreita. Aliás, é apenas
neste ângulo de análise que se encontram duas exceções negativas: entre os que
vivem na região Centro; e os que estão no topo da escala social.
Quando se tem em
conta as preferências partidárias, a história é outra. Entre os socialistas, a
personalidade e as políticas de Costa têm um apoio quase unânime, sendo
igualmente elevado à Esquerda. À Direita o cenário é mais sombrio, em
particular entre os eleitores do Chega e da Iniciativa Liberal. O saldo é
também negativo entre os apoiantes do PSD (mas pelo menos um em cada três
apreciam as políticas do socialista).
Uma das
características que se mantém, de dezembro para março, no caso de Costa como no
de Rio, é que os portugueses mostram-se bastante mais generosos na avaliação
das qualidades pessoais do que na adesão às políticas. Uma das notáveis
exceções é o grupo de portugueses mais pobres que, tanto na avaliação ao
socialista, como ao social-democrata, mostram mais apreço pelas políticas do
que pelas personagens. No caso do líder do PSD, juntam-se os inquiridos com 18
a 34 anos.
AVALIAÇÃO MENSAL
Não é apenas na adesão
à personagem e às políticas que António Costa está em vantagem sobre Rui Rio.
Na avaliação ao desempenho, que o barómetro da Aximage mede todos os meses, o
socialista também alarga a liderança: tem 60% de notas positivas e apenas 20%
de negativas, ou seja, um saldo positivo de 40 pontos (mais onze do que em
dezembro).
Ao contrário, o
social-democrata permanece em terreno negativo, ainda que seja de apenas um
ponto (três em dezembro): são quase tantos os que dão nota positiva (33%), como
os que dão negativa (34%). Os mais generosos com Rio estão no Sul e no Norte do
país. No caso de Costa são os que vivem nas áreas metropolitanas de Porto e
Lisboa.
Este padrão
regional de suporte a cada um dos líderes repete-se na confiança para
primeiro-ministro. Mas, no resultado global, a diferença é abissal: Costa
recebe o triplo (54%) dos "votos" de Rio (18%). O social-democrata
tem ainda um longo e difícil caminho a percorrer, se de facto tem ambições a
substituir o socialista na chefia do Governo do país.
Os mais velhos
Os cidadãos mais
velhos (65 ou mais anos) são particularmente generosos na adesão às qualidades
pessoais dos dois líderes - 70% para Costa e 54% para Rio. Mas também são os
mais críticos das políticas do social-democrata - 73% não gostam.
Os mais pobres
Quanto mais
pobres, mais os portugueses apreciam as políticas de Costa (dois terços). Ainda
que num patamar mais baixo (pouco mais de um terço), são também os mais pobres
os que valorizam as políticas de Rio.
As mulheres
As mulheres são o
ponto fraco do líder do PSD, na adesão à personalidade e na valorização das
ideias: 50% não gostam da personagem, 62% contestam as políticas. No caso do
líder socialista, há equilíbrio de género quanto às ideias e maior valorização
das qualidades pessoais pelas mulheres (Jornal de Notícias, texto do jornalista
Rafael Barbosa)
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