A TAP reforçou as ligações à ilha no período
da Páscoa, que passaram de dois para três voos diários, e também a Easyjet
alargou as rotas ao Funchal com dois voos por dia de Lisboa e quatro por semana
à partida do Porto. Não foi o que a Madeira esperava, o resultado turístico da
Páscoa de 2021, mas ainda assim os hotéis da região conseguiram ter neste
período alguma afluência de portugueses vindos do continente. A proibição de
circular entre concelhos que vigorou neste período não se aplicou aos cidadãos
que viajaram até às regiões autónomas, e que tinham de fazer as necessárias
deslocações ao aeroporto, pelo que a TAP e a Easyjet reforçaram as ligações
aéreas com vista a atender a um maior movimento.
"Esta Páscoa tivemos na região taxas
médias de ocupação de 25%, em que houve uma grande componente do mercado
nacional", adianta Nuno Vale, diretor da Associação de Promoção da Madeira
(APM), referindo que neste período houve um reforço de voos da TAP, que
passaram de duas a três frequências por dia, e também da Easyjet, que assegurou
voos de Lisboa ao Funchal duas vezes por dia, e do Porto quatro vezes por
semana.
Estas taxas de ocupação nos hotéis da Madeira e do Porto Santo, maioritariamente de portugueses continentais, referem-se a hotéis de padrão elevado. "A clientela que veio na Páscoa procurou hotéis de categoria superior, os de cinco estrelas tiveram mais ocupação, o que é interessante", faz notar o responsável da APM.
"Face às expectativas que tínhamos para a
Páscoa, os resultados não foram os que ansiávamos, mas dado o contexto dos
principais mercados estarem fechados, estes números são positivos",
considera Nuno Vale.
Com os principais mercados da Madeira ainda
fechados ao turismo, designadamente Reino Unido e Alemanha, também se
destacaram na região no período da Páscoa os mercados da Europa de leste, além
do mercado nacional.
"A Europa de leste está a olhar a Madeira
com atenção e como um destino seguro nesta altura de pandemia", frisa o
responsável. Entre as novas rotas programadas para o Funchal, destaca-se a de
Vilnius, na Lituânia, que arrancou a 23 de março com um voo semanal previsto
até outubro, mas que segundo o responsável da APM se irá tornar numa
"operação de ano inteiro" para a região. O operador destes voos é a
Itaka, que também está a assegurar para a Madeira ligações à Polónia.
"A Polónia nunca suspendeu a operação
para a Madeira durante a pandemia", refere o diretor da APM, lembrando que
à rota que já existia do Funchal para Varsóvia, o operador Itaka decidiu este
ano acrescentar o destino de Cracóvia.
"Temos ainda operações programadas da
Roménia, que se forem bem sucedidas continuam ao longo do ano inteiro",
refere Nuno Vale, lembrando ainda a operação da Suíça para a Madeira,
assegurada pela Edelweiss, que foi retomada a 3 de abril.
MAIS PORTUGUESES CONTINENTAIS NA MADEIRA EM
AGOSTO DE 2020
Apesar das restrições que ainda existem nos
principais países emissores, a começar pelo Reino Unido (destino fechado) e a
Alemanha (que mantém Portugal na lista vermelha de viagens), o diretor da
Associação de Promoção da Madeira assume que "vai ser um começo mais
lento" do que o desejado, mas acredita que o verão na região será
"bastante forte".
"Nas reservas para o verão, já há
operações com taxas de ocupação a 100%, o que dá a indicação de um período de
verão forte, e muito do lado do mercado nacional", salienta Nuno Vale.
"Vemos o mercado nacional este verão como
um mercado de aposta", destaca ainda o responsável, lembrando que houve um
aumento de portugueses continentais na região em agosto de 2020, face aos
resultados no mês homólogo do ano anterior, e antes da pandemia.
Outra tendência antecipada pelo responsável da
agência de promoção da Madeira é um efeito prolongado do verão por mais tempo,
uma vez que de momento "os mercados internacionais estão a adiar as suas
férias".
De momento, o Reino Unido é um dos mercados
relevantes para a Madeira que permanecem fechados, e no ano passado as regras
adotadas pelos britânicos ao nível dos corredores aéreos acabaram por
prejudicar a região, cujos dados do surto eram mais favoráveis face ao todo
nacional.
Mas o Governo britânico acabou por adotar no
final do verão um critério regional para decidir os corredores aéreos - com
resultados visíveis para a Madeira - o que se espera que continue a adotar em
2021 ao decidir a reabertura para os cidadãos viajarem. "Foi um grande
passo Inglaterra começar a olhar regionalmente para os corredores aéreos",
constata Nuno Vale.
E Portugal como um todo, apesar de ter passado
um período difícil com a covid-19, "atualmente está numa situação de
controlo pandémico comparativamente melhor à de outros países", nota ainda
o responsável da Associação de Promoção da Madeira.
MADEIRA CRIOU UM 'CORREDOR VERDE' PARA OS
VACINADOS E RECUPERADOS E UM 'CORREDOR AZUL' PARA QUEM PRECISA DE FAZER TESTE
O destaque vai para a criação de um
"sistema inovador" criado na Madeira desde o início da pandemia, e
que tem vindo a evoluir, no objetivo de manter a economia aberta na região, mas
com "segurança" para o destino ou para quem chega. Recorde-se que as
regras de confinamento ditadas em Portugal continental não se aplicam nas
regiões autónomas (que têm o seu próprio quadro de regras sanitárias, decididas
pelos governos regionais), e por exemplo os hotéis têm podido manter-se abertos
com spas, ginásios, cabeleireiros ou outros serviços a funcionar.
"Não há muitos destinos no mundo que já
tenham implementado um procedimento para facilitar as viagens com a pandemia, e
nós fizemo-lo deste cedo", sublinha o diretor da Associação de Promoção da
Madeira.
A Madeira já tinha um 'corredor azul' no
aeroporto Cristiano Ronaldo no Funchal, para quem chegava com teste feito à
covid, e em fevereiro deste ano criou um 'corredor verde' para quem chega
vacinado ou recuperado da doença, o que garante um período de imunização.
Trata-se de um sistema semelhante e antecipado ao que a Comissão Europeia
prepara para o 'passe europeu de viagens', que prevê ter pronto até ao início
de junho.
"Quando houver o futuro 'passaporte
verde' europeu adotaremos todas essas regras", refere o responsável da
APM. Até lá, a Madeira "aceita como válidos todos os boletins de vacinas
de cada um dos Estados".
Quem chega à Madeira com teste negativo à
covid realizado até 72 horas antes da viagem pode passar pelo 'corredor azul'
do aeroporto. As pessoas que chegarem sem teste feito poderão fazê-lo
gratuitamente no aeroporto, sendo encaminhadas para os seus hotéis até saberem
o resultado.
"Apesar de exigir teste à chegada, a
Madeira assume todos os custos médicos, de estadia ou alimentação se aconteceu
alguma coisa à pessoa no nosso território e acabou por testar positivo",
enfatiza o responsável da APM, frisando ser "uma grande salvaguarda e que
dá segurança" aos viajantes e aos países de origem.
"Nunca deixámos de ter a economia a
funcionar, e o foco está em ter as entradas controladas, para quem vem testado,
vacinado ou recuperado", enfatiza Nuno Vale, frisando ainda que quem chega
tem de cumprir as regras sanitárias que vigoram no destino, como uso de máscara
na rua, distanciamento entre pessoas no mínimo de dois metros, e recolher
obrigatório a partir das 19 horas.
O diretor da Associação de Promoção da Madeira
lembra ainda que a região foi a primeira a nível nacional a decretar uso
obrigatório de máscara na via pública no ano passado. "A região fechou ao
turismo em março, só reabrimos em julho e com muita segurança, como a exigência
de testes à chegada. Isso permitiu ter a situação muito controlada e deu um
capital de confiança à Madeira, permitindo-lhe uma imagem internacional como
destino seguro", conclui Nuno Vale (Expresso, texto da jornalista
Conceição Antunes)
Venzuela: Aliança pró-Guaidó
anuncia mudanças para reforçar coligação e derrotar Maduro
A aliança de organizações e partidos
que apoiam o líder da oposição venezuelana anunciou mudanças para tornar a
coligação mais “ampla, inclusiva, eficaz”, garantir a convocatória de eleições
livres e derrotar “a ditadura” de Nicolás Maduro.
“Concordamos na reconfiguração da
aliança de partidos políticos, tanto na liderança como na tomada de decisões
para a tornar mais útil, ampla, inclusiva, eficaz, assertiva e operacional”, de
acordo com uma declaração, divulgada na terça-feira, do movimento que apoia
Juan Guaidó.
No texto, a aliança explicou ter tomado
esta decisão “instada pela necessidade de melhorar e reforçar” a “articulação
entre os partidos políticos”.
Os signatários acrescentaram também que
darão prioridade a medidas de combate à covid-19 e à convocação de eleições
presidenciais, legislativas, regionais e municipais de forma “livre e justa”.
Por outro lado, asseguraram que vão
efetuar novos esforços para convocar e incluir todas as partes que desejem
fazer parte da aliança, “garantindo a maior amplitude possível no processo de
deliberação e discussão política”.
O anúncio chega em ano de eleições,
quando se planeia convocar as eleições regionais.
A oposição venezuelana tentou reorganizar-se
várias vezes nos últimos anos para garantir uma grande coligação, como a de
2015, quando formou a Mesa da Unidade Democrática (Executive Digest)
Cronologia: Os dias que
levaram ao pedido de resgate há 10 anos
Assinalam-se esta terça-feira dez anos
do pedido de resgate português. Foi no dia 6 de abril de 2011 que José
Sócrates, pressionado pelo seu ministro das Finanças, Teixeira dos Santos,
comunicou aos portugueses a decisão que há muito se temia. Recorde o filme
desses dias e de como Portugal acabou por capitular por pressão dos mercados
financeiros depois de mais de um ano no olho do furacão
Foram 13 meses de calvário no segundo
governo chefiado por José Sócrates, desde que fez aprovar, com a abstenção do
PSD, o orçamento para 2010, até que a 6 de abril de 2011, encostado à parede
pelos bancos e pelo seu ministro das Finanças, veio à televisão anunciar o
pedido de resgate.
Pelo meio, o governo apresentou quatro
Programas de Estabilidade e Crescimento até que o último foi rejeitado por uma
coligação negativa de todas as oposições no Parlamento. Sócrates pediu a
demissão e o governo ficou em gestão.
O custo do endividamento disparou e
ultrapassou a linha vermelha que o ministro das Finanças Teixeira dos Santos
considerara o ponto de não retorno para um pedido de apoio à troika - Comissão
Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional - que
entretanto se formara para resgatar a Grécia e a Irlanda.
2010
12 de março – Aprovado Orçamento de
Estado para 2010 do segundo governo de José Sócrates, com votos a favor do PS
(agora em minoria no Parlamento) e abstenção do PSD e CDS. A economia
portuguesa apresentava dois desequilíbrios fundamentais nas contas públicas: o
défice subira significativamente em 2009 (para perto de 10% do PIB) e o endividamento
público estava perto de 90% do PIB.
15 de março – Governo apresenta o
primeiro Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC), que ficou conhecido como
PEC I, iniciando as políticas de austeridade. Apontava para um ajustamento
orçamental até 2013, com os défices a descerem sucessivamente para 6,6% em
2011, 4,6% e 2,8% nos anos seguintes. O corte nas despesas iniciar-se-ia em
2011 e somaria uma redução acumulada de 3,9 pontos percentuais em 2013. Previa
ainda um plano de privatizações que não chegou a ser iniciado. O programa
previa, depois da crise de 2009 (quebra de 3,1%) , uma recuperação económica
progressiva com um crescimento do PIB de 0,7% em 2010 (acabaria por ser
superior), 0,9% em 2011, 1,3% em 2012 e 1,7% em 2013 – nestes três últimos
anos, o país registou uma recaída em recessão em virtude das medidas tomadas
pela troika.
5 de abril – Em Madrid, na reunião do
Ecofin (encontro dos ministros das Finanças da União Europeia), o académico
italiano Alberto Alesina, professor em Harvard, Boston, defende que, segundo a
experiência histórica, as políticas de consolidação orçamental são
“expansionistas”, ou seja, resultam em crescimento económico nas economias com
desequilíbrios macroeconómicos. O presidente do Banco Central Europeu (BCE),
Jean-Claude Trichet, que também assistiu à reunião na capital espanhola, é um
dos mais entusiastas desta ‘terapia de choque’ nas economias mais frágeis da
zona euro.
23 de abril – Grécia anuncia pedido de
resgate.
7 de maio – Cimeira europeia em
Bruxelas pressiona Portugal para reforçar a estratégia de austeridade
orçamental.
10 de maio – BCE inicia o programa SMP
de aquisição de dívida pública e privada da zona euro
11 de maio -- União Europeia lança o
Mecanismo Europeu de Estabilização Financeira com uma capacidade máxima de 60
mil milhões de euros para empréstimos aos Estados-Membros da área do euro que
necessitassem
13 de maio -- Governo acorda com o PSD,
o principal partido da oposição, o PEC II. Antecipa metas orçamentais ainda
mais baixas, para 4,6% em 2011, 3% em 2012, e 2% em 2013. E reduz o objetivo do
défice em 2010 para 7,3%.
18 de maio – É aprovado o primeiro
Resgate à Grécia. Juros da dívida portuguesa sofrem contágio da crise grega.
7 de junho – Os estados-Membros da zona
euro criam o Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF), fornecendo
garantias no montante de total de 440 mil milhões de euros.
30 de Setembro -- Governo avança com
PEC III, com algumas medidas negociadas com o PSD para viabilizar o orçamento
de 2011. Redução da despesa pública é superior à redução na receita e impõe-se
um primeiro corte nos salários da função pública.
9 de Outubro -- Em entrevista ao
Expresso, o ministro das Finanças estabelece uma linha vermelha nos juros da
dívida a 10 anos no mercado secundário. "Se os juros da dívida chegarem
aos 7%, o Governo tem de colocar a hipótese de recorrer ao FMI e ao fundo
europeu", refere Teixeira dos Santos.
10 de novembro – Juros das obrigações
portuguesas a 10 anos ultrapassam, pela primeira vez, a barreira dos 7% no
mercado secundário da dívida.
20 de novembro – Irlanda anuncia pedido
de resgate.
26 de novembro – Orçamento para 2011 é
aprovado com votos do PS e a abstenção do PSD.
29 de novembro – Aprovado resgate à
Irlanda.
2011
8 janeiro – Sócrates garante que
cumpriu meta do défice de 6,8% do PIB em 2010 e que não vai pedir resgate como
fizeram Grécia e Irlanda no ano anterior. Verificou-se, mais tarde, aquando da
divulgação das contas do ano anterior, que o défice fecharia em 11,4% do PIB, o
mais elevado em democracia, e que o endividamento ultrapassaria a barreira dos
100% do PIB, pela primeira vez desde 1914. A recessão económica portuguesa
começara já, entretanto, no 4º trimestre de 2010.
12 janeiro – No leilão de dívida a 10
anos, Portugal paga 6,7% na colocação de €599 milhões, já perto do limiar
vermelho de 7% definido pelo ministro das Finanças Teixeira dos Santos em
entrevista ao Expresso em outubro passado.
2 março – José Sócrates reúne-se com
Angela Merkel em Berlim. Na conferência de imprensa que se segue ao encontro, o
primeiro-ministro português diz que o país "tem condições para resolver os
seus problemas sozinho" e a chanceler alemã classifica de
"corajosas" as reformas do executivo de Sócrates.
9 março – No leilão de dívida a 2 anos,
Portugal paga 5,993%. Cavaco Silva toma posse do segundo mandato como
presidente
11 março – Teixeira dos Santos
apresenta PEC IV com novas medidas de austeridade para 2011 a 2013, entre as
quais congelamentos e cortes nas pensões de reforma acima de 1500 euros e a
revisão e limitação dos benefícios e deduções fiscais, em sede de IRS e IRC.
Anuncia ainda alterações nos subsídios de desemprego. O programa foi elaborado
em Lisboa no ministério já com a presença de equipas da Comissão Europeia e do
BCE.
12 março – Manifestações do movimento
‘Geração à rasca’
19 de março -- O primeiro-ministro
revela que não está disponível para governar com a ajuda do Fundo Monetário
Internacional (FMI) e reafirma que Portugal não precisa de ajuda externa.
23 março – O Parlamento aprova cinco
moções de rejeição do PEC IV com votos de toda a oposição de direita e de
esquerda. Faca à 'coligação negativa' na Assembleia da República o governo pede
demissão e entra em gestão.
24 março - O presidente do Eurogrupo,
Jean-Claude Juncker, considera “apropriado” um resgate a Portugal no valor de
75 mil milhões de euros.
25 março - O BCE suspende a compra de
dívida em toda a zona euro através do programa SMP até 8 de agosto. O que é,
mais tarde, considerado por muitos economistas como um dos erros capitais do
banco central que agravaria a crise das dívidas.
31 março – O Instituto Nacional de
Estatistica revê o défice de 2010 para 8,6%, quase 2 pontos percentuais acima
do garantido por Sócrates. Cavaco Silva anuncia a marcação de eleições
legislativas antecipadas para 5 de Junho, depois de ouvir o Conselho de Estado.
Teixeira dos Santos defende, na altura, que "o Governo não está em
condições de solicitar ajuda externa" e que nem tem poderes para o fazer.
"O Governo não tem legitimidade para negociar seja o que for", disse,
então, Teixeira dos Santos em conferência de imprensa.
1 abril – Último leilão de dívida
obrigacionista antes do resgate. Portugal coloca 1,6 mil milhões de euros a 18
meses pagando 5,793%. Só voltaria a realizar leilões de obrigações em abril de
2014. A agência de notação Fitch corta o rating da dívida portuguesa em três
níveis baixando-o de A- para BBB-, apenas um nível acima da notação de 'lixo
financeiro', e sinalizando perspetiva negativa (susceptível de vir a cortar
ainda mais a notação em avaliações futuras).
3 de abril - José Sócrates admite, em
entrevista à RTP, que "as coisas ficaram mais difíceis agora", mas
continua a recusar qualquer pedido de ajuda externa, justificando que o
"país perderia reputação e prestígio" e "ficaria afastado dos
mercados durante muito tempo".
5 de abril - O presidente da Comissão
Europeia, Durão Barroso, reitera que a União Europeia está pronta para
responder a um eventual pedido de ajuda de Portugal. Sublinha, no entanto,
desconhecer a possibilidade de uma “ajuda intercalar” ao governo de gestão até
à realização de eleições antecipadas.
6 de abril -- o dia do pedido de
resgate
O presidente da Associação Portuguesa
de Bancos considera “urgente” que Portugal peça ajuda externa, já que os bancos
nacionais não têm mais dinheiro para emprestar ao Estado.
A agência de notação financeira Fitch
baixa o rating das obrigações hipotecárias de seis bancos portugueses, na
sequência do corte da notação da dívida portuguesa a 1 de abril.
No mercado secundário da dívida, os
juros a cinco anos negociaram na sessão da manhã acima dos 10%, enquanto os
registados para o prazo a 10 anos estavam acima de 8,7%.
O Tesouro ainda colocou no mercado 1005
milhões de euros em dívida de curto prazo, em Bilhetes com maturidades em
outubro desse ano e março de 2012, pagando nesta última um juro de 5,9%.
Foi “o dia mais longo e difícil” de Teixeira dos Santos, em que admite em entrevista ao Jornal de Negócios que é “necessário recorrer aos mecanismos de financiamento disponíveis no quadro europeu”. O Conselho de ministros reúne-se extraordinariamente e Sócrates anuncia à noite o pedido de resgate. Os juros das obrigações a 10 anos fecham a sessão no mercado secundário em 8,8%. "Sempre encarei um pedido de ajuda externa como um último recurso. Tudo tentei, mas em consciência julgo que chegámos ao momento em que não tomar essa decisão acarretaria riscos", concluiu o primeiro-ministro (Expresso, texto do jornalista Jorge Nascimento Rodrigues)
Sem comentários:
Enviar um comentário