quarta-feira, abril 07, 2021

Madeira recebeu na Páscoa sobretudo portugueses do continente. Hotéis de cinco estrelas tiveram mais ocupação

 

A TAP reforçou as ligações à ilha no período da Páscoa, que passaram de dois para três voos diários, e também a Easyjet alargou as rotas ao Funchal com dois voos por dia de Lisboa e quatro por semana à partida do Porto. Não foi o que a Madeira esperava, o resultado turístico da Páscoa de 2021, mas ainda assim os hotéis da região conseguiram ter neste período alguma afluência de portugueses vindos do continente. A proibição de circular entre concelhos que vigorou neste período não se aplicou aos cidadãos que viajaram até às regiões autónomas, e que tinham de fazer as necessárias deslocações ao aeroporto, pelo que a TAP e a Easyjet reforçaram as ligações aéreas com vista a atender a um maior movimento.

"Esta Páscoa tivemos na região taxas médias de ocupação de 25%, em que houve uma grande componente do mercado nacional", adianta Nuno Vale, diretor da Associação de Promoção da Madeira (APM), referindo que neste período houve um reforço de voos da TAP, que passaram de duas a três frequências por dia, e também da Easyjet, que assegurou voos de Lisboa ao Funchal duas vezes por dia, e do Porto quatro vezes por semana.

Estas taxas de ocupação nos hotéis da Madeira e do Porto Santo, maioritariamente de portugueses continentais, referem-se a hotéis de padrão elevado. "A clientela que veio na Páscoa procurou hotéis de categoria superior, os de cinco estrelas tiveram mais ocupação, o que é interessante", faz notar o responsável da APM.

"Face às expectativas que tínhamos para a Páscoa, os resultados não foram os que ansiávamos, mas dado o contexto dos principais mercados estarem fechados, estes números são positivos", considera Nuno Vale.

Com os principais mercados da Madeira ainda fechados ao turismo, designadamente Reino Unido e Alemanha, também se destacaram na região no período da Páscoa os mercados da Europa de leste, além do mercado nacional.

"A Europa de leste está a olhar a Madeira com atenção e como um destino seguro nesta altura de pandemia", frisa o responsável. Entre as novas rotas programadas para o Funchal, destaca-se a de Vilnius, na Lituânia, que arrancou a 23 de março com um voo semanal previsto até outubro, mas que segundo o responsável da APM se irá tornar numa "operação de ano inteiro" para a região. O operador destes voos é a Itaka, que também está a assegurar para a Madeira ligações à Polónia.

"A Polónia nunca suspendeu a operação para a Madeira durante a pandemia", refere o diretor da APM, lembrando que à rota que já existia do Funchal para Varsóvia, o operador Itaka decidiu este ano acrescentar o destino de Cracóvia.

"Temos ainda operações programadas da Roménia, que se forem bem sucedidas continuam ao longo do ano inteiro", refere Nuno Vale, lembrando ainda a operação da Suíça para a Madeira, assegurada pela Edelweiss, que foi retomada a 3 de abril.

MAIS PORTUGUESES CONTINENTAIS NA MADEIRA EM AGOSTO DE 2020

Apesar das restrições que ainda existem nos principais países emissores, a começar pelo Reino Unido (destino fechado) e a Alemanha (que mantém Portugal na lista vermelha de viagens), o diretor da Associação de Promoção da Madeira assume que "vai ser um começo mais lento" do que o desejado, mas acredita que o verão na região será "bastante forte".

"Nas reservas para o verão, já há operações com taxas de ocupação a 100%, o que dá a indicação de um período de verão forte, e muito do lado do mercado nacional", salienta Nuno Vale.

"Vemos o mercado nacional este verão como um mercado de aposta", destaca ainda o responsável, lembrando que houve um aumento de portugueses continentais na região em agosto de 2020, face aos resultados no mês homólogo do ano anterior, e antes da pandemia.

Outra tendência antecipada pelo responsável da agência de promoção da Madeira é um efeito prolongado do verão por mais tempo, uma vez que de momento "os mercados internacionais estão a adiar as suas férias".

De momento, o Reino Unido é um dos mercados relevantes para a Madeira que permanecem fechados, e no ano passado as regras adotadas pelos britânicos ao nível dos corredores aéreos acabaram por prejudicar a região, cujos dados do surto eram mais favoráveis face ao todo nacional.

Mas o Governo britânico acabou por adotar no final do verão um critério regional para decidir os corredores aéreos - com resultados visíveis para a Madeira - o que se espera que continue a adotar em 2021 ao decidir a reabertura para os cidadãos viajarem. "Foi um grande passo Inglaterra começar a olhar regionalmente para os corredores aéreos", constata Nuno Vale.

E Portugal como um todo, apesar de ter passado um período difícil com a covid-19, "atualmente está numa situação de controlo pandémico comparativamente melhor à de outros países", nota ainda o responsável da Associação de Promoção da Madeira.

MADEIRA CRIOU UM 'CORREDOR VERDE' PARA OS VACINADOS E RECUPERADOS E UM 'CORREDOR AZUL' PARA QUEM PRECISA DE FAZER TESTE

O destaque vai para a criação de um "sistema inovador" criado na Madeira desde o início da pandemia, e que tem vindo a evoluir, no objetivo de manter a economia aberta na região, mas com "segurança" para o destino ou para quem chega. Recorde-se que as regras de confinamento ditadas em Portugal continental não se aplicam nas regiões autónomas (que têm o seu próprio quadro de regras sanitárias, decididas pelos governos regionais), e por exemplo os hotéis têm podido manter-se abertos com spas, ginásios, cabeleireiros ou outros serviços a funcionar.

"Não há muitos destinos no mundo que já tenham implementado um procedimento para facilitar as viagens com a pandemia, e nós fizemo-lo deste cedo", sublinha o diretor da Associação de Promoção da Madeira.

A Madeira já tinha um 'corredor azul' no aeroporto Cristiano Ronaldo no Funchal, para quem chegava com teste feito à covid, e em fevereiro deste ano criou um 'corredor verde' para quem chega vacinado ou recuperado da doença, o que garante um período de imunização. Trata-se de um sistema semelhante e antecipado ao que a Comissão Europeia prepara para o 'passe europeu de viagens', que prevê ter pronto até ao início de junho.

"Quando houver o futuro 'passaporte verde' europeu adotaremos todas essas regras", refere o responsável da APM. Até lá, a Madeira "aceita como válidos todos os boletins de vacinas de cada um dos Estados".

Quem chega à Madeira com teste negativo à covid realizado até 72 horas antes da viagem pode passar pelo 'corredor azul' do aeroporto. As pessoas que chegarem sem teste feito poderão fazê-lo gratuitamente no aeroporto, sendo encaminhadas para os seus hotéis até saberem o resultado.

"Apesar de exigir teste à chegada, a Madeira assume todos os custos médicos, de estadia ou alimentação se aconteceu alguma coisa à pessoa no nosso território e acabou por testar positivo", enfatiza o responsável da APM, frisando ser "uma grande salvaguarda e que dá segurança" aos viajantes e aos países de origem.

"Nunca deixámos de ter a economia a funcionar, e o foco está em ter as entradas controladas, para quem vem testado, vacinado ou recuperado", enfatiza Nuno Vale, frisando ainda que quem chega tem de cumprir as regras sanitárias que vigoram no destino, como uso de máscara na rua, distanciamento entre pessoas no mínimo de dois metros, e recolher obrigatório a partir das 19 horas.

O diretor da Associação de Promoção da Madeira lembra ainda que a região foi a primeira a nível nacional a decretar uso obrigatório de máscara na via pública no ano passado. "A região fechou ao turismo em março, só reabrimos em julho e com muita segurança, como a exigência de testes à chegada. Isso permitiu ter a situação muito controlada e deu um capital de confiança à Madeira, permitindo-lhe uma imagem internacional como destino seguro", conclui Nuno Vale (Expresso, texto da jornalista Conceição Antunes)

 

 

 

 

 

Venzuela: Aliança pró-Guaidó anuncia mudanças para reforçar coligação e derrotar Maduro

 

A aliança de organizações e partidos que apoiam o líder da oposição venezuelana anunciou mudanças para tornar a coligação mais “ampla, inclusiva, eficaz”, garantir a convocatória de eleições livres e derrotar “a ditadura” de Nicolás Maduro.

“Concordamos na reconfiguração da aliança de partidos políticos, tanto na liderança como na tomada de decisões para a tornar mais útil, ampla, inclusiva, eficaz, assertiva e operacional”, de acordo com uma declaração, divulgada na terça-feira, do movimento que apoia Juan Guaidó.

No texto, a aliança explicou ter tomado esta decisão “instada pela necessidade de melhorar e reforçar” a “articulação entre os partidos políticos”.

Os signatários acrescentaram também que darão prioridade a medidas de combate à covid-19 e à convocação de eleições presidenciais, legislativas, regionais e municipais de forma “livre e justa”.

Por outro lado, asseguraram que vão efetuar novos esforços para convocar e incluir todas as partes que desejem fazer parte da aliança, “garantindo a maior amplitude possível no processo de deliberação e discussão política”.

O anúncio chega em ano de eleições, quando se planeia convocar as eleições regionais.

A oposição venezuelana tentou reorganizar-se várias vezes nos últimos anos para garantir uma grande coligação, como a de 2015, quando formou a Mesa da Unidade Democrática (Executive Digest)

 

 

 

 

 

Cronologia: Os dias que levaram ao pedido de resgate há 10 anos

 

Assinalam-se esta terça-feira dez anos do pedido de resgate português. Foi no dia 6 de abril de 2011 que José Sócrates, pressionado pelo seu ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, comunicou aos portugueses a decisão que há muito se temia. Recorde o filme desses dias e de como Portugal acabou por capitular por pressão dos mercados financeiros depois de mais de um ano no olho do furacão

Foram 13 meses de calvário no segundo governo chefiado por José Sócrates, desde que fez aprovar, com a abstenção do PSD, o orçamento para 2010, até que a 6 de abril de 2011, encostado à parede pelos bancos e pelo seu ministro das Finanças, veio à televisão anunciar o pedido de resgate.

Pelo meio, o governo apresentou quatro Programas de Estabilidade e Crescimento até que o último foi rejeitado por uma coligação negativa de todas as oposições no Parlamento. Sócrates pediu a demissão e o governo ficou em gestão.

O custo do endividamento disparou e ultrapassou a linha vermelha que o ministro das Finanças Teixeira dos Santos considerara o ponto de não retorno para um pedido de apoio à troika - Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional - que entretanto se formara para resgatar a Grécia e a Irlanda.

2010

12 de março – Aprovado Orçamento de Estado para 2010 do segundo governo de José Sócrates, com votos a favor do PS (agora em minoria no Parlamento) e abstenção do PSD e CDS. A economia portuguesa apresentava dois desequilíbrios fundamentais nas contas públicas: o défice subira significativamente em 2009 (para perto de 10% do PIB) e o endividamento público estava perto de 90% do PIB.

15 de março – Governo apresenta o primeiro Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC), que ficou conhecido como PEC I, iniciando as políticas de austeridade. Apontava para um ajustamento orçamental até 2013, com os défices a descerem sucessivamente para 6,6% em 2011, 4,6% e 2,8% nos anos seguintes. O corte nas despesas iniciar-se-ia em 2011 e somaria uma redução acumulada de 3,9 pontos percentuais em 2013. Previa ainda um plano de privatizações que não chegou a ser iniciado. O programa previa, depois da crise de 2009 (quebra de 3,1%) , uma recuperação económica progressiva com um crescimento do PIB de 0,7% em 2010 (acabaria por ser superior), 0,9% em 2011, 1,3% em 2012 e 1,7% em 2013 – nestes três últimos anos, o país registou uma recaída em recessão em virtude das medidas tomadas pela troika.

5 de abril – Em Madrid, na reunião do Ecofin (encontro dos ministros das Finanças da União Europeia), o académico italiano Alberto Alesina, professor em Harvard, Boston, defende que, segundo a experiência histórica, as políticas de consolidação orçamental são “expansionistas”, ou seja, resultam em crescimento económico nas economias com desequilíbrios macroeconómicos. O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet, que também assistiu à reunião na capital espanhola, é um dos mais entusiastas desta ‘terapia de choque’ nas economias mais frágeis da zona euro.

23 de abril – Grécia anuncia pedido de resgate.

7 de maio – Cimeira europeia em Bruxelas pressiona Portugal para reforçar a estratégia de austeridade orçamental.

10 de maio – BCE inicia o programa SMP de aquisição de dívida pública e privada da zona euro

11 de maio -- União Europeia lança o Mecanismo Europeu de Estabilização Financeira com uma capacidade máxima de 60 mil milhões de euros para empréstimos aos Estados-Membros da área do euro que necessitassem

13 de maio -- Governo acorda com o PSD, o principal partido da oposição, o PEC II. Antecipa metas orçamentais ainda mais baixas, para 4,6% em 2011, 3% em 2012, e 2% em 2013. E reduz o objetivo do défice em 2010 para 7,3%.

18 de maio – É aprovado o primeiro Resgate à Grécia. Juros da dívida portuguesa sofrem contágio da crise grega.

7 de junho – Os estados-Membros da zona euro criam o Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF), fornecendo garantias no montante de total de 440 mil milhões de euros.

30 de Setembro -- Governo avança com PEC III, com algumas medidas negociadas com o PSD para viabilizar o orçamento de 2011. Redução da despesa pública é superior à redução na receita e impõe-se um primeiro corte nos salários da função pública.

9 de Outubro -- Em entrevista ao Expresso, o ministro das Finanças estabelece uma linha vermelha nos juros da dívida a 10 anos no mercado secundário. "Se os juros da dívida chegarem aos 7%, o Governo tem de colocar a hipótese de recorrer ao FMI e ao fundo europeu", refere Teixeira dos Santos.

10 de novembro – Juros das obrigações portuguesas a 10 anos ultrapassam, pela primeira vez, a barreira dos 7% no mercado secundário da dívida.

20 de novembro – Irlanda anuncia pedido de resgate.

26 de novembro – Orçamento para 2011 é aprovado com votos do PS e a abstenção do PSD.

29 de novembro – Aprovado resgate à Irlanda.

2011

8 janeiro – Sócrates garante que cumpriu meta do défice de 6,8% do PIB em 2010 e que não vai pedir resgate como fizeram Grécia e Irlanda no ano anterior. Verificou-se, mais tarde, aquando da divulgação das contas do ano anterior, que o défice fecharia em 11,4% do PIB, o mais elevado em democracia, e que o endividamento ultrapassaria a barreira dos 100% do PIB, pela primeira vez desde 1914. A recessão económica portuguesa começara já, entretanto, no 4º trimestre de 2010.

12 janeiro – No leilão de dívida a 10 anos, Portugal paga 6,7% na colocação de €599 milhões, já perto do limiar vermelho de 7% definido pelo ministro das Finanças Teixeira dos Santos em entrevista ao Expresso em outubro passado.

2 março – José Sócrates reúne-se com Angela Merkel em Berlim. Na conferência de imprensa que se segue ao encontro, o primeiro-ministro português diz que o país "tem condições para resolver os seus problemas sozinho" e a chanceler alemã classifica de "corajosas" as reformas do executivo de Sócrates.

9 março – No leilão de dívida a 2 anos, Portugal paga 5,993%. Cavaco Silva toma posse do segundo mandato como presidente

11 março – Teixeira dos Santos apresenta PEC IV com novas medidas de austeridade para 2011 a 2013, entre as quais congelamentos e cortes nas pensões de reforma acima de 1500 euros e a revisão e limitação dos benefícios e deduções fiscais, em sede de IRS e IRC. Anuncia ainda alterações nos subsídios de desemprego. O programa foi elaborado em Lisboa no ministério já com a presença de equipas da Comissão Europeia e do BCE.

12 março – Manifestações do movimento ‘Geração à rasca’

19 de março -- O primeiro-ministro revela que não está disponível para governar com a ajuda do Fundo Monetário Internacional (FMI) e reafirma que Portugal não precisa de ajuda externa.

23 março – O Parlamento aprova cinco moções de rejeição do PEC IV com votos de toda a oposição de direita e de esquerda. Faca à 'coligação negativa' na Assembleia da República o governo pede demissão e entra em gestão.

24 março - O presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker, considera “apropriado” um resgate a Portugal no valor de 75 mil milhões de euros.

25 março - O BCE suspende a compra de dívida em toda a zona euro através do programa SMP até 8 de agosto. O que é, mais tarde, considerado por muitos economistas como um dos erros capitais do banco central que agravaria a crise das dívidas.

31 março – O Instituto Nacional de Estatistica revê o défice de 2010 para 8,6%, quase 2 pontos percentuais acima do garantido por Sócrates. Cavaco Silva anuncia a marcação de eleições legislativas antecipadas para 5 de Junho, depois de ouvir o Conselho de Estado. Teixeira dos Santos defende, na altura, que "o Governo não está em condições de solicitar ajuda externa" e que nem tem poderes para o fazer. "O Governo não tem legitimidade para negociar seja o que for", disse, então, Teixeira dos Santos em conferência de imprensa.

1 abril – Último leilão de dívida obrigacionista antes do resgate. Portugal coloca 1,6 mil milhões de euros a 18 meses pagando 5,793%. Só voltaria a realizar leilões de obrigações em abril de 2014. A agência de notação Fitch corta o rating da dívida portuguesa em três níveis baixando-o de A- para BBB-, apenas um nível acima da notação de 'lixo financeiro', e sinalizando perspetiva negativa (susceptível de vir a cortar ainda mais a notação em avaliações futuras).

3 de abril - José Sócrates admite, em entrevista à RTP, que "as coisas ficaram mais difíceis agora", mas continua a recusar qualquer pedido de ajuda externa, justificando que o "país perderia reputação e prestígio" e "ficaria afastado dos mercados durante muito tempo".

5 de abril - O presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, reitera que a União Europeia está pronta para responder a um eventual pedido de ajuda de Portugal. Sublinha, no entanto, desconhecer a possibilidade de uma “ajuda intercalar” ao governo de gestão até à realização de eleições antecipadas.

6 de abril -- o dia do pedido de resgate

O presidente da Associação Portuguesa de Bancos considera “urgente” que Portugal peça ajuda externa, já que os bancos nacionais não têm mais dinheiro para emprestar ao Estado.

A agência de notação financeira Fitch baixa o rating das obrigações hipotecárias de seis bancos portugueses, na sequência do corte da notação da dívida portuguesa a 1 de abril.

No mercado secundário da dívida, os juros a cinco anos negociaram na sessão da manhã acima dos 10%, enquanto os registados para o prazo a 10 anos estavam acima de 8,7%.

O Tesouro ainda colocou no mercado 1005 milhões de euros em dívida de curto prazo, em Bilhetes com maturidades em outubro desse ano e março de 2012, pagando nesta última um juro de 5,9%.

Foi “o dia mais longo e difícil” de Teixeira dos Santos, em que admite em entrevista ao Jornal de Negócios que é “necessário recorrer aos mecanismos de financiamento disponíveis no quadro europeu”. O Conselho de ministros reúne-se extraordinariamente e Sócrates anuncia à noite o pedido de resgate. Os juros das obrigações a 10 anos fecham a sessão no mercado secundário em 8,8%. "Sempre encarei um pedido de ajuda externa como um último recurso. Tudo tentei, mas em consciência julgo que chegámos ao momento em que não tomar essa decisão acarretaria riscos", concluiu o primeiro-ministro (Expresso, texto do jornalista Jorge Nascimento Rodrigues)

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