Quase todos sentiram o impacto da guerra (81%), seja nas taxas de juro (68%), seja na mudança de hábitos de consumo alimentar (69%). O Governo não está a fazer tudo o que deve para minimizar o aumento dos preços de primeira necessidade. É o que diz a esmagadora maioria (82%) dos portugueses, praticamente a mesma percentagem dos que, um ano depois da invasão, dizem já ter sentido o impacto da guerra na sua vida particular (81%), de acordo com a sondagem da Aximage para o JN, DN e TSF. A crítica ao Governo é unânime em todos os segmentos da amostra, ainda que seja possível perceber algumas diferenças quando se analisam as respostas em função do voto nas últimas legislativas: os maiores críticos de António Costa são os eleitores do BE e do Chega, enquanto os socialistas são, sem surpresa, um pouco menos cáusticos: 29% acham que o Governo está a fazer o suficiente.
O impacto da guerra cresceu substancialmente no último ano (passou de 59% em março passado, para os 81% deste mês), mas manteve-se praticamente unânime que foi sentido sobretudo ao nível económico (95%). E um pouco mais de dois terços (68%) aponta para os efeitos negativos da subida das taxas de juro, em particular os que vivem na Região Norte (75%) e os que têm 35 a 49 anos (85%). Os que menos se queixam da subida do custo do dinheiro são os que têm 65 ou mais anos: 52%. É igualmente muito significativa a percentagem de portugueses que já se viram obrigados a alterar os seus hábitos de consumo, por causa da subida de preços dos alimentos: 69%, com destaque para as mulheres e para o escalão etário dos 35 a 49 anos (76%). A exemplo do que se passa com as taxas de juro, volta a ser entre os cidadãos mais velhos que há uma maior percentagem de pessoas que não acusa a necessidade de poupar na alimentação (36%).
Das compras mais racionais...
São várias as estratégias adotadas pelos que já se viram obrigados a poupar na alimentação. Cada inquirido podia indicar várias, mas as três que tiveram mais respostas apontam sobretudo para maior racionalidade nas compras: maior atenção a promoções (68%), comparar preços e levar o mais barato (65%) e optar por marcas brancas (60%).
... ao corte nas quantidades
Também houve opções mais radicais e preocupantes para quem se viu obrigado a poupar na alimentação, tendo em conta a subida de preços: mais de metade dos portugueses (56%) deixou de comprar alguns produtos (com destaque para os que têm 35 a 49 anos, com 66%), enquanto quase metade (47%) começou a comprar em menor quantidade (Jornal de Notícias, texto do jornalista Rafael Barbosa)
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