Miguel Albuquerque vai almoçar com MRS quando ele
vier ao Funchal. Consta da agenda oficial entretanto adiada. MA fez saber pela
comunicação social (errado) que tem uma espécie de menu para apresentar ao
inquilino de Belém (certo). Presumo que será por ocasião de um almoço restrito
na Quinta Vigia - pode crer que se promover um almoço com aquelas "salamalequices"
institucionais todas, está tudo lixado! Não passara de encenação para consumo
mediático e nisso MRS bater toda a concorrência. Tem que ser um repasto
restrito, menos institucional e mais cordial, para que falem os dois olhos nos
olhos, se quiserem frente a frente, com frontalidade, verdade e pragmatismo,
dizendo tudo o que há para dizer, clarificando tudo o que precisa ser
resolvido, etc.
Confesso que não espero que saia nada de especial
desse almoço, por que MRS não tem poderes executivos, apenas e só relações
pessoais e institucionais influentes, presumo eu, junto de Costa. Mas espero
que ai menos MRS clarifique, desde logo consigo próprio, duas coisas
essenciais: que papel pode (vai) ter no acompanhamento do relacionamento entre
as Regiões Autónomas, particularmente massacradas pela crise, e o Estado - com
quem a RAM tem enormes dificuldades em se aproximar e obter seja o que for, a
não ser por esmola - e que acompanhamento vai e deve ter desse relacionamento e
como pode Belém acompanhar a evolução do comportamento do Estado para com as
duas Regiões Autónomas e não apenas em termos da bazuca mas no relacionamento
institucional em geral.
O segundo aspecto é mais político: pode ou não MRS
exercer o seu magistério de influência - termo pomposo, mas real - no processo
de revisão da lei de finanças regionais e até que ponto pode promover nos
bastidores da política lisboeta (que ele conhece melhor que ninguém...)
entendimentos em matéria de revisão constitucional e de clarificação dos
preceitos autonómicos (quais e em que medida), já que a capacidade de manobra
das duas Regiões Autónomas me parece bastante limitada. Tratando-se do último
mandato de MRS e quando já não se trata de pensar em votos, dispensamos
beijocas e selfies - agora ausentes do quotidiano presidencial por razões que
resultam do covid19 - antes desejamos conselhos, recomendações e compromissos.
Facilmente se perceber que pela natureza dos
assuntos e pela especificidade da situação institucional, estas coisas não se
discutem com bocas para os jornais, sopros nos ouvidos de alguns jornalistas
mais privilegiados nem em repastos alargados onde falam de tudo menos do que
importa, por que o que importa não pode
nem deve ser falado à frente de toda a gente. Se essa for a linha de rumo de
Albuquerque, a maior discrição possível e recomendável, obviamente que me
parece ser a melhor opção.
Finalmente no caso da RAM uma outra questão
essencial que transcende os milionários pareceres médicos de outros tempos:
qual o futuro do CINM na lógica presidencial? Porque não se informa devidamente
os portugueses da realidade através de um simples estudo comparativo entre o
CINM e outras praças europeias (da responsabilidade da AT ou de quem o governo
de Lisboa entender), devidamente identificadas, incluindo que tipo de serviços
propiciam, que receitas alcançam, etc. Falo do CINM e de praças concorrenciais
europeias - Holanda, Malta, etc - que lutam entre si por empresas que roubam
umas às outras por via de melhores estímulos fiscais (LFM)
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