As negociações entre o governo socialista de Sócrates e a “troika” incluíram uma agenda secreta de natureza política, que foi mantida em segredo devido às implicações. A agenda política negociada – e sobre a qual parecem ter sido tomadas decisões para desencadear em 2012 e 2013 – visam os municípios e freguesias (redução e retirada de competências, redução de transferências do Estado), as regiões autónomas (redução das competências constitucionais e fim das transferências do Estado para os orçamentos regionais) e alterações profundas nas legislação eleitorais e nas composições de órgãos de soberania como a Assembleia da República. O pacote político – alegadamente a “troika” entende que muita da despesa pública a reduzir passa por essa revolução que terá implicações complicadas no país que amedrontado políticos dos principais partidos – esteve na origem da decisão anunciada pelo PSD de não avançar com nenhum projecto de revisão constitucional e explica a posição de recusa do PS em dar prioridade a essa temática. Admite-se, segundo alguns círculos políticos em Lisboa que conhecem superficialmente esta questão, que o empolamento dado ao buraco da Madeira - a que se seguirão outros “casos” envolvendo posteriormente os Açores, os Municípios e a representatividade e o modelo de eleição dos deputados – poderá estar relacionada com a criação de condições para que as alterações de natureza política e que se prendem com a estrutura do próprio aparelho de Estado possam ser discutidas numa primeira fase na praça pública, o que passa pela desacreditação de instituições. Dúvidas? Muito bem, tentem confirmam junto de fontes bem informadas…lisboetas! E nem precisam de ir a Paris incomodar quem por lá anda a estudar…filosofia!
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