quarta-feira, abril 06, 2011

O que tem de assustador o FMI?

"O FMI conta já com 66 anos. Portugal integra a organização há mais de meio século e ainda hoje recorda sem saudade a intervenção registada no país no início da década de 80. O que tem de tão assustador esta instituição que conta nas suas hostes com quase todos os países que integram as Nações Unidas? Com 187 países integrantes, o Fundo Monetário Internacional é visto como uma espécie de "fantasma" financeiro, temido por todos aqueles que a ele têm necessidade de recorrer. Apenas sete países com assento na Organização das Nações Unidas não fazem parte do FMI, nascido em 1945 com o objectivo de zelar pela estabilidade monetária e financeira a nível mundial. O modo como este zelo tem sido exercido tem suscitado diversas críticas em diversos momentos, sendo a principal as fortes medidas de contenção de gastos públicos que a organização tradicionalmente impõe aos países em dificuldades. Aparentemente, o FMI não considera que a hipótese de uma intervenção estatal na economia possa ser considerada como uma possibilidade de investimento. Ou seja, qualquer apoio do Estado é visto como despesa, como gasto, de retorno altamente improvável. Esta filosofia suscitou uma forte onda de contestação internacional cujo primeiro acto remonta a Junho de 1999. Durante a cimeira do FMI na Alemanha, várias manifestações contrárias à política financeira da organização mostraram ao mundo o descontentamento alastrado a várias cidades do planeta no que ficou conhecido como os "Dias Globais de Acção contra o Sistema Capitalista". O movimento antiglobalização ganhava um novo fôlego e uma reforçada visibilidade. Um dos principais críticos da política seguida pelo Fundo Monetário Internacional é o norte-americano Joseph Stiglitz. O economista, laureado com o Nobel da Economia em 2001, contesta nomeadamente o facto de, no seu entender, o FMI forçar os países subdesenvolvidos a abrir os mercados à competição externa antes de criarem internamente instituições que salvaguardem a protecção dos seus cidadãos. As críticas estendem-se a diversos observadores e economistas que não se coíbem de afirmar que os interesses do FMI são também políticos -- quase tanto como económicos, havendo mesmo quem não hesite dizer que o Fundo tem uma agenda própria e age muito mais em função dela que dos países onde intervém.Portugal, na iminência de recorrer aos péstimos, que é como quem diz, aos empréstimos, do FMI, aderiu formalmente à organização no distante ano de 1960. Actualmente, e por força da recente reforma da instituição, o país que ó nosso ocupa o 39º lugar na quota de votação do organismo, que é liderada pelos Estados Unidos" (fonte: SIC)

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