Escreve o Jornal de Negócios que "a agência de notação financeira decidiu cortar o "rating" da Brisa em um nível. A visão continua a ser "negativa". Mais uma empresa que viu a sua notação financeira afectada pelo corte realizado ao "rating" da República. A Fitch cortou de "A-" para "BBB+" o "rating" da Brisa, mantendo perspectivas "negativas". A decisão segue-se ao corte da notação financeira da República, na sexta-feira, e o consequente efeito nos "ratings" da banca. Na sexta-feira, a classificação de risco do país desceu três níveis, passando de A- para BBB-. No início da semana, o corte foi feito à banca portuguesa, com seis bancos a registarem uma descida da notação, com o Montepio e o Banif a caírem para "lixo". É a diminuição do "rating" do sector financeiro português que leva à deterioração do perfil de liquidez no curto prazo da Brisa, segundo a Fitch. Isto porque há uma "percepção de pressão continuada, se não intensificada, sobre o financiamento e a liquidez no sistema bancário como resultado da descida soberana", o que afecta o financiamento da Brisa. No entanto, a Fitch estima que a concessionária de auto-estradas tenha acesso suficiente para cobrir as suas obrigações nos próximos 12 meses, excluindo as linhas de crédito disponibilizadas pelo BCP e pela Caixa Geral de Depósitos. A questão é que as linhas de crédito serão insuficientes para cumprir os serviços das dívidas em Junho de 2012, algo que poderá não acontecer caso consiga renovar os acordos com a banca. Ainda assim, a Fitch indica que, no último mês de 2012, a cotada liderada por Vasco Mello vai enfrentar uma "escassez de liquidez". Parecem ser mesmo as linhas de crédito a principal razão para o corte do "rating", já que a Fitch salienta que não existe uma ligação mecânica entre a notação da concessionária de auto-estradas e a República. A agência de notação financeira estima uma perda de tráfego até 2014 nas auto-estradas da Brisa, apesar do aumento de circulação que marcou nestes meses com a introdução de portagens nas concorrentes SCUT, o que poderá levar a uma alteração do "rating" da empresa. A Brisa pode sentir uma nova redução da notação financeira caso não consiga novos acordos nos seus créditos e caso haja uma descida "significativa" na classificação de risco da dívida soberana. Caso melhore o perfil de liquidez "a médio prazo", deixará de estar em vigilância "negativa".
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