quinta-feira, abril 07, 2011

Aviso: «Resgate é dos bancos e penúria vai agravar-se»

Diz a Agência Financeira que "medidas de austeridade tomadas até agora foram apenas um «aquecimento» do que o FMI fará, acredita Pedro Videl. A ajuda externa a Portugal não é um resgate dos portugueses mas sim dos bancos. A opinião é do economista Pedro Videla, que à Lusa, disse que as medidas de ajuste feitas até agora foram apenas «um aquecimento» do que o FMI fará. Para o responsável pelo programa de MBA da escola de negócios IESE, em Barcelona, «quem se salva com este resgate não são os portugueses» que podem esperar «que a penúria se agrave» com mais medidas de ajuste. «É um resgate não de Portugal, mas dos bancos que têm dívida em Portugal, que estão expostos a Portugal. A ideia de que resgatámos a Irlanda ou vamos resgatar Portugal é errada. Estamos a resgatar apenas quem investir», disse em entrevista à Lusa.Mas as medidas que aí vêm serão mais duras. «A penúria dos portugueses vai ser maior. Continuamos a socializar as perdas, os falhanços privados. Somos capitalistas quando eles ganham, mas socialistas quando perdem». «E o ajuste de baixo é sempre mais fácil. E tudo o que se fez até aqui em Portugal, como na Irlanda, não é mais que um aquecimento para o FMI. Agora o ajuste vai ser mais forte e, politicamente muito difícil», defende Pedro Videla. «O FMI vai chegar a Portugal e dizer que se tem que cortar no sector público, ajustar mais o gasto, cortar 15 por cento nos salários, cortar as reformas antecipadas, aumentar a idade da reforma, mandar mais gente para a rua», antevê o economista, que acredita: «É vital que se mantenha o apoio aos países, para que o ajuste não seja tão grave, para que não leve os Governos a optar por sair do sistema». Classificando este pacote de ajuda como «um segundo resgate à banca» depois dos iniciais no arranque da crise, Videla defende que a medida pretende apenas «cumprir o compromisso em criar uma instituição de resgate aos países em problemas» e manter a estabilidade de outras dívidas europeias”.

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