quinta-feira, fevereiro 04, 2021

Economia portuguesa é das que mais resiste na Europa ao arrefecimento no quarto trimestre


Crescimento de 0,4% no quarto trimestre face aos três meses anteriores é dos mais altos na União Europeia, indicam os dados do Eurostat. Mas, na comparação com o mesmo período de 2019, Portugal tem das maiores quedas entre os parceiros europeus. Depois da recuperação económica durante o Verão, um pouco por toda a Europa - e que em Portugal foi das mais fortes entre os parceiros europeus - o quarto trimestre de 2020 ficou marcado por novo arrefecimento da atividade económica. Foi o preço a pagar pelas medidas mais restritivas para conter a pandemia, na sequência do agravamento da situação sanitária com a chegada do Outono. Nos últimos três meses do ano passado a atividade económica na União Europeia (UE) recuou 0,5% face aos três meses anteriores, com a queda a chegar aos 0,7% na zona euro, segundo a primeira estimativa publicada esta terça-feira pelo Eurostat.


Portugal, contudo, foi uma das economias para as quais já há dados disponíveis que mais resistiu a esse arrefecimento. Com o país em confinamento parcial a partir de novembro, mas com as medidas restritivas a serem aliviadas no período do Natal, o Produto Interno Bruto (PIB) aumentou 0,4% em relação aos três meses anteriores. Uma evolução que ditou que a queda anual do PIB ficasse nos 7,6% em 2020. Uma queda inédita na história da democracia portuguesa, mas que, ainda assim, não foi tão má como previsto pelos economistas.


A evolução da economia portuguesa em relação aos três meses anteriores foi, assim, melhor do que no conjunto da UE e do que no espaço da moeda única. Mais ainda, foi a quarta mais forte entre os países da UE para os quais já há dados disponíveis. Só Lituânia, Letónia e Suécia tiveram um crescimento em cadeia mais forte do que Portugal. Recorde-se, contudo, que houve vários países da UE onde o confinamento no quarto trimestre foi mais severo do que em Portugal. Mas se a comparação for feita em termos homólogos, isto é, em relação ao quarto trimestre de 2019, a economia portuguesa regista uma das maiores quedas na UE, com o PIB a cair 5,9%. Esta contração é mais severa do que a registada no conjunto da UE (-4,8%) e na zona euro (-5,1%). Além disso, é a quarta mais expressiva entre os países da UE para os quais já há dados disponíveis. Só Espanha, Áustria e Itália sofreram maiores quedas do PIB no quarto trimestre em termos homólogos (Expresso, texto dos jornalistas Sónia M. Lourenço e Carlos Esteves)

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