Li
no Dinheiro Vivo que "a crise financeira global poderá evoluir para uma
fase mais crónica, marcada pela deterioração das condições financeiras e
períodos recorrentes de instabilidade", alertou hoje o Fundo Monetário
Internacional (FMI). No relatório sobre a estabilidade financeira global, o
FMI tenta primeiro passar uma mensagem positiva, dizendo que as "condições
melhoraram nos últimos seis meses" e que até a problemática zona euro
"reduziu de forma significativa os riscos agudos à estabilidade de curto
prazo". Mas, apesar disto, o problema é que o mercado global está
encharcado em dinheiro barato fornecido pelos vários bancos centrais aos bancos
comerciais e aproveitado por outros agentes financeiros (grandes fundos, por
exemplo) que navegam nessas águas. Por isso, o FMI teme que haja
"excessos". "A nível global, é preciso vigilância para assegurar
que as políticas monetárias acomodatícias [as que têm sido praticadas pelos bancos
centrais, com taxas de juros historicamente baixas e vários programas de
crédito e de liquidez baratos] e o extenso período de taxas baixas não dão
origem a novos excessos de crédito". Como, aliás, aconteceu nos anos que
antecederam a crise do subprime de 2007, que depois precipitou a crise bancária
e a atual crise económica e das dívidas soberanas arrastando as economias para
a chamada Grande Recessão. O aviso "é particularmente importante no
caso dos Estados Unidos", justamente o país onde começou o caos financeiro
em 2007, mas que logo se propagou como um dominó a todas as regiões monetárias
do mundo, tendo embatido com especial violência da zona euro, a união monetária
mais jovem do planeta".