quinta-feira, abril 18, 2013

FMI teme que crise financeira possa ser uma doença "crónica"



Li no Dinheiro Vivo que "a crise financeira global poderá evoluir para uma fase mais crónica, marcada pela deterioração das condições financeiras e períodos recorrentes de instabilidade", alertou hoje o Fundo Monetário Internacional (FMI). No relatório sobre a estabilidade financeira global, o FMI tenta primeiro passar uma mensagem positiva, dizendo que as "condições melhoraram nos últimos seis meses" e que até a problemática zona euro "reduziu de forma significativa os riscos agudos à estabilidade de curto prazo". Mas, apesar disto, o problema é que o mercado global está encharcado em dinheiro barato fornecido pelos vários bancos centrais aos bancos comerciais e aproveitado por outros agentes financeiros (grandes fundos, por exemplo) que navegam nessas águas. Por isso, o FMI teme que haja "excessos". "A nível global, é preciso vigilância para assegurar que as políticas monetárias acomodatícias [as que têm sido praticadas pelos bancos centrais, com taxas de juros historicamente baixas e vários programas de crédito e de liquidez baratos] e o extenso período de taxas baixas não dão origem a novos excessos de crédito". Como, aliás, aconteceu nos anos que antecederam a crise do subprime de 2007, que depois precipitou a crise bancária e a atual crise económica e das dívidas soberanas arrastando as economias para a chamada Grande Recessão. O aviso "é particularmente importante no caso dos Estados Unidos", justamente o país onde começou o caos financeiro em 2007, mas que logo se propagou como um dominó a todas as regiões monetárias do mundo, tendo embatido com especial violência da zona euro, a união monetária mais jovem do planeta".