Segundo o jornal I, num texto da jornalista Pedro
Rainho, "o
PS regista a maior queda neste barómetro. PSD recupera terreno face ao pior
resultado histórico, registado no último mês. O barómetro i/Pitagórica
revela que em conjunto PSD e PS conseguem pouco mais de 55% dos votos dos
portugueses. É o valor mais baixo que os dois principais partidos reúnem desde
o início do barómetro. O PSD até sobe, relativamente a Março, e o PS cai nada
menos que 8 pontos. Mas são os partidos pequenos e sobretudo os votos em branco
que encaixam a fuga de cruzes nos boletins atribuídos a socialistas e a sociais-democratas.
Nesta sondagem, os socialistas, que no último mês tinham o melhor resultado de
sempre (36,7% das preferências de voto), descem agora para os 28,6% - uma
descida abrupta de 8 pontos em apenas um mês, e que acompanha o período em que
o secretário-geral do PS, António José Seguro, viu ser debatida (e chumbada
pela maioria) uma moção de censura ao governo. O mesmo momento político que
Seguro usou para lançar para cima da mesa o tópico das eleições antecipadas. A
quebra de confiança dos eleitores só tem paralelo com a perda de votos
registada pelo PSD entre as eleições legislativas de 2011 e os primeiros barómetros,
no final do ano passado. Em sentido contrário, o PSD recupera do choque
registado no barómetro do mês de Março, quando registou o resultado mais baixo
de sempre, com 25,7% das intenções de voto. A subida em Abril é de pouco mais
de um ponto em relação ao resultado anterior (26,9%), mas, em termos
comparativos, os sociais-democratas vêem o principal partido da oposição a
apenas 1,7% de distância.
partidos
pequenos sobem
O
aparente esvaziamento de confiança nos partidos do centro teve uma consequência
directa para as forças políticas com menor representação parlamentar: CDU, Bloco
de Esquerda e até o CDS do governo da austeridade conseguem recuperar eleitores
e ficar, sem excepção, acima dos resultados eleitorais alcançados nas
legislativas de Junho de 2011. Na última sondagem os comunistas já “arranhavam”
o máximo histórico dos 12% atribuídos em Janeiro deste ano. Com a exigência de
demissão do governo a assumir o palco principal da CDU, a marca anterior foi
agora ultrapassada, ao alcançar os 12,8% nas intenções de voto dos portugueses,
5 pontos acima do resultado conseguido nas últimas eleições. A recuperação do
tombo eleitoral dos bloquistas em 2011 não tem sido constante, mas voltam a
subir nas intenções de voto. O BE melhora os resultados e protagoniza, também
ele, um novo patamar máximo de confiança eleitoral, com 8,7% das intenções de
voto a serem atribuídas ao partido de João Semedo e Catarina Martins. Em
sintonia com a oposição à esquerda, o CDS consegue, em Abril, refrescar a
confiança dos eleitores no partido. Os centristas recolhem 12% das intenções de
voto e ficam três décimas acima do resultado que, em Junho de 2011,
apresentaram ao PSD para conseguir formar a maioria absoluta no parlamento. Com
este resultado, o CDS é o segundo partido da oposição que mais reforça a sua
posição eleitoral, a seguir à CDU.
brancos
e nulos
Mas
mais que qualquer dos partidos com assento parlamentar, é o número de eleitores
que admitem votar branco ou nulo que mais sobe. Em Abril, 11% dos portugueses
votam em protesto, mais 3,1% que em Março".