Li
no Económico que "o presidente da
Comissão Europeia lançou a ‘bomba’: «Se é verdade que a política de austeridade
está certa, penso que atingiu os seus limites em vários aspectos, porque para
uma política ser bem-sucedida não tem apenas de ser bem desenhada. Tem de ter o
mínimo de apoio político e social», afirmou Durão Barroso, na segunda-feira,
num debate em Bruxelas. Para meia Europa, a afirmação prometia a mudança: «Era
de austeridade a chegar ao fim», titulou a Reuters; «Austeridade europeia perto
do limite», avançou o Guardian. Na Alemanha, a Der Spiegel optou por observar
que «depois de se ter mantido nos bastidores durante grande parte da crise na
zona euro», Durão Barroso mostra agora que «nem sempre deixa a sua identidade
nacional de lado». A reacção às palavras do português chegou também ao
Parlamento germânico: «Fiquei muito irritado», afirmou o porta-voz de Angela
Merkel para os assuntos orçamentais. «O desvio da consolidação orçamental na
Europa é um sinal fatal», disse Norbert Barthle, para quem a mudança de
discurso de Barroso mostra que «não se encara com seriedade a tarefa de
reformar os estados-membros». A própria chanceler germânica mostrou-se irritada
quando questionada sobre as afirmações do líder europeu. «Eu chamo-lhe
consolidação orçamental. Todos falam em austeridade, o que o faz soar como algo
realmente mau», disse Merkel. Cada vez mais pressionada pelos parceiros
europeus para que autorize uma flexibilização das metas orçamentais a vários
estados membros – incluindo a ‘gigante’ França –, Merkel teve mais uma prova
que os seus aliados internos não estão dispostos a aliviar a austeridade. E
mostrou a quem dá prioridade num momento em que está a cinco meses de ser
escrutinada nas urnas".