quinta-feira, abril 18, 2013

FMI desmente banqueiros: banca cobra juros recorde às empresas...



Li aqui que "a banca portuguesa empresta pouco às empresas e fá-lo a custos recorde em termos europeus, diz o Fundo Monetário Internacional (FMI), que vem assim rebater recentes declarações dos banqueiros portugueses que dizem que só não vendem mais crédito porque não há procura. No relatório sobre a estabilidade financeira global, que hoje foi publicado, o FMI mostra que em fevereiro de 2013 a banca portuguesa estava a praticar uma taxa de juro média real de crédito às empresas superior a 3,5%, valor que não tem paralelo no grupo de 12 países analisados (Portugal, Grécia, Espanha, Itália, Irlanda, Bélgica, Luxemburgo, Holanda, França, Finlândia, Alemanha e Áustria). A segunda taxa de juro média mais elevada é praticada na Grécia, mas é mais leve, rondando 1,8%. No período de dezembro de 2010 a janeiro de 2013 Portugal registou o segundo maior aumento do grupo analisado ao nível da taxa de juro média nominal cobrada nos novos empréstimos a empresas, repara o FMI. O maior aumento foi em Itália, à volta de 0,8 pontos percentuais; logo a seguir vem Portugal com cerca de 0,5 pontos de agravamento. O custo real do financiamento às empresas - que reflete a taxa de inflação relativamente baixa - é um dos constrangimentos à criação de emprego e à retoma da economia, observa o Fundo. "As diferenças entre a Periferia [grupo no qual está Portugal] e o centro em termos de taxas e de custos de empréstimo às empresas continuam a persistir, pois a reparação dos bancos ainda está incompleta e os custos de financiamento são superiores para os bancos e os soberanos da periferia. O crédito à economia real permanece contido (especialmente na periferia e no segmento das pequenas e médias empresas), o que reforça a divergência nos resultados económicos" entre os países do centro e os restantes. Claro que tudo into acaba por forma um cilco viciosos. A rarefação do crédito prejudica a procura que por sua vez afeta a economia real e as expetativas de retoma e assim deixa de haver procura por empréstimos para novos projetos de investimento, sendo que os bancos só emprestarão a taxas de juro mais elevadas já que o risco é sempre mais elevado nestas condições recessivas ou pobres. Por outro lado, o FMI também repara que as empresas portuguesas continuam demasiado alavancadas (dependentes do crédito bancário). Portugal e Espanha são os países cujas firmas "fracas" registam níveis de alavancagem "mais elevados e insustentáveis", o que consiste numa ameaça para os próprios bancos. O Fundo pede uma redobrada "vigilância" da parte dos supervisores relativamente à qualidade dos ativos bancários"