quinta-feira, abril 18, 2013

Despedir mais na Função Pública...



Segundo o Correio da Manhã, num texto do jornalista Miguel Alexandre Ganhão, "a possibilidade de se proceder a despedimentos na Função Pública, de modo a acelerar a saída de funcionários do Estado, esteve ontem em cima da mesa durante as mais de seis horas de negociações que juntaram elementos da troika e do Governo português no Ministério das Finanças. Segundo fontes contactadas pelo Correio da Manhã, seria a "aplicação a Portugal da mesma fórmula que levou ao desbloqueamento das negociações na Grécia".  Ontem, segundo o ministro grego das Finanças, Yannis Stournaras, o governo grego aceitou cortar "vários milhares" de postos de trabalho no setor público até 2014. O calendário do governo helénico pressupõe o despedimento de quatro mil funcionários públicos este ano e mais 10 mil em 2014. Em Portugal, o programa de cortes está a ser delineado pela equipa de Vítor Gaspar. O ministro já adiou a sua ida ao Parlamento, marcada para amanhã, e o secretário de Estado da Administração Pública, Hélder Rosalino, adiou também as reuniões que tinha marcado com os representantes sindicais dos trabalhadores do Estado, sem marcar nova data (ver caixa). O despedimento de funcionários públicos é uma das recomendações do relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI) sobre a economia portuguesa, que foi divulgado em janeiro e que propõe um corte até 25% dos trabalhadores do Estado, particularmente nas áreas da Educação, Saúde e Segurança. O mesmo documento refere como uma das hipóteses a considerar o corte nos salários daqueles funcionários entre três e sete por cento, de forma a gerar poupanças anuais da ordem dos 760 milhões de euros.  Neste fim de semana, o secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, disse que o Governo está a preparar "um monumental despedimento coletivo" na Função Pública, "a que lhe dá a designação de rescisões amigáveis". Em relação aos cortes no setor da Saúde, o ministro Paulo Macedo garantiu ontem que não haverá um aumento do valor das taxas moderadoras e insistiu na ideia de que esta área terá uma "discriminação positiva" em cortes orçamentais. "Queria desde já reafirmar que a nossa intenção é que não haja agravamentos na área das taxas moderadoras. A nossa preocupação é minimizar os impactos para os cidadãos", disse o ministro sobre o chumbo do Tribunal Constitucional".