terça-feira, junho 02, 2020

Sondagem: maioria acredita numa nova vaga da pandemia

Poucos portugueses duvidam de uma nova vaga da doença que tomou conta dos nossos dias. Cerca 85% estão cientes da probabilidade de um segundo pico de infeção, enquanto 10% consideram-na remota ou inexistente. Os mais velhos expressam maior descrença na segunda vaga de covid-19, no barómetro da Pitagórica para o JN. A normalidade tardará a chegar, com mais de um terço (36%) dos questionados a afirmarem que não retomarão as rotinas do passado recente enquanto não houver uma vacina. Os dias de isolamento ficaram para trás. Então, 91% cumpriram à risca as regras de confinamento, decretadas pelo Governo nos meses de março e de abril: 71% nunca as violaram e só 1% não acatou.

OTIMISMO CAUTELOSO
A imunização não chegará num piscar de olhos. Pode demorar entre um a dois anos a sair dos laboratórios, como defendem 56% dos portugueses. Só uma pequena parte das pessoas (7%) antevê a vacinação da população em menos de seis meses. Uma esperança confessada em maior número pelos idosos.
Há, todavia, 21% à espera que a vacina, investigada por todo o Mundo, possa começar a ser administrada entre seis a 12 meses. Apenas 3% admitem que os cientistas não desenvolvam uma vacina para a doença. Caso seja criada, 89% aceitarão a vacinação. Aliás, 54% estão totalmente certos de que a tomarão. O grupo etário que manifesta maior confiança tem entre 45 e 54 anos. A recusa é ponderada, no entanto, por 8% dos inquiridos.
Volvidos dois meses, a perceção da gravidade da doença baixou de 62% (no barómetro de março) para 41%. Mas o otimismo luso é cauteloso. Em março, com a pandemia a dar os primeiros passos no país, 75% dos inquiridos estavam certos de que a incidência da doença aumentaria. No mês seguinte, 27% auguravam esse cenário negro. Este mês e apesar do número diário de infetados ser baixo, há mais pessoas a acreditar que a doença piorará (35%).
23% só usarão máscaras se forem obrigados
O uso de máscaras em locais públicos não é consensual entre os inquiridos e 23% garantem que só a colocarão se forem obrigados. A resistência é maior no Sul e nas pessoas entre os 35 e os 44 anos (46% recusam fazê--lo ou reconhecem que será pouco provável utilizá-la). Ainda assim, mais de metade (59%) está disposta a envergar a proteção e 21% têm a certeza que a usarão. A disponibilidade para a utilização de máscara é maior entre os mais jovens (dos 18 aos 34 anos) e os idosos.
A confiança dos portugueses na resposta do Serviço Nacional de Saúde (SNS) aumentou exponencialmente. Se, em março, 18% dos inquiridos acreditavam que o país estava bem preparado, hoje são 75%. Essa convicção ascende a 85% entre os jovens dos 18 aos 24 anos e é expressa, sobretudo, em Lisboa (80%), hoje a região com maior número de novos casos (Jornal de Notícias, texto da jornalista Carla Sofia Luz)

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