A informação sobre voos da TAP para Paris e Londres, a partir de 6 de
maio, e para o Brasil a 18 de maio, que estavam previstos no sítio da TAP na
Internet na semana passada, desapareceu. Estes voos, no entanto, só se realizam
se houver procura. Aincerteza é grande no sector da aviação, e mesmo os voos
previstos, e anunciados, só se irão realizar se não houver restrições de última
hora impostas pelos Estados de destino do voo e se houver passageiros
suficientes para os fazer. Vivemos momentos tão particulares que a TAP acabou por retirar a
informação que tinha colocado no seu sítio de Internet sobre os voos
internacionais previstos para maio. A companhia rejeita fazer qualquer
comentário sobre o mapa de voos previstos para o mês de maio.A probabilidade de
os voos previstos não aconteceram existe, já que as condicionantes são muitas e
a imprevisibilidade também. Este domingo, por exemplo, ficámos a saber que o
Reino Unido iria impor quarentena a quem entrasse em Inglaterra a partir do
exterior. Uma decisão muito mal recebida no sector da aviação, e que irá
certamente limitar muito os voos com destino ao Reino Unido. O que estava planeado, e chegou a estar no site, foi que a TAP previa
retomar os voos para Londres e Paris a partir da semana passada. Seriam dois
voos semanais. E com a decisão tomada pelo Reino Unido, dificilmente haverá
interessados em viajar em breve para este país.
Para o Brasil, a TAP passaria a voar a partir de dia 18 de maio, estando
então previstos três voos semanais — dois para São Paulo e um para o Rio de
Janeiro.
O número de passageiros dos aviões de voos comerciais está, de acordo
com um despacho publicado no início de maio, limitado a dois terços da
capacidade total do aparelho. O ministro da Economia já admitiu no entanto que
nesta matéria o governo irá seguir as orientações da Comissão Europeia.
SEM RESERVAS NÃO HÁ VOOS
Perante toda esta incerteza, o plano de voos tem vindo a atrasar-se e é
alterado de semana para semana, até porque não há reservas, já que as pessoas
continuam com receio de viajar.
A empresa tem mantido algumas promoções para tentar levar potenciais
clientes a comprar voos. Por exemplo, neste momento tem em curso uma campanha
que multiplica por 2, por 3 ou por 4 o número de milhas que entrarem na conta
de passageiro frequente Miles & Go.
Com a mensagem “planeie agora para viajar depois” e “estamos prontos
quando estiver”, apresenta por exemplo voos a 35 euros para Ponta Delgada, mas
só a partir de julho. A ligação entre Lisboa e o Porto também surge como uma
das apostas das promoções atuais, Até agora os únicos voos que se têm realizado
são os de ligação do continente aos arquipélagos da Madeira e dos Açores.
A TAP apresenta também novas rotas que diz estarem já disponíveis: a
partir de Lisboa está previsto voar para Agadir (a partir de 25 de outubro),
para a Cidade do Cabo (11 de novembro), Cancun (27 de outubro), Santiago de Compostela
(a partir de 2021), Maceió (31 de julho, sujeito a aprovação governamental) e
Montreal (16 de julho). A partir do Porto havia uma nova rota prevista para 1
de agosto para a Ilha do Sal, e a partir de Ponta Delgada para Boston (1 de
julho) e Toronto (2 de julho).
TERCEIRO MÊS EM LAY-OFF
O presidente do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo de Aviação Civil
(SNPVAC), Henrique Louro Martins, tinha dito na TVI24, a 9 de maio, que “a
informação que a companhia nos tem dado é que a partir do dia 18 de maio vamos
ter alguns voos, que estão previstos alguns voos”.
Disse também que “os voos que estão planeados para a semana de 18 de
maio em princípio seriam 70 voos”, mas que este número já diminuiu
“drasticamente” face às anteriores previsões. “Os países de destino desses voos
têm as suas próprias regras, o que condiciona em muito as operações das
companhias aéreas”, acrescentou o presidente do SNPVAC. “Todos sabemos que a
retoma não será feita com a TAP que tínhamos, com todos aqueles aviões, todos
aqueles destinos, todas as frequências diárias que tínhamos. O futuro é uma
incógnita”.
Henrique Louro Martins deixou claro que a prioridade do sindicato é a
manutenção dos postos de trabalho. E adiantou que “este é o segundo mês em que
estamos em lay-off e no próximo mês de junho vislumbramos outra vez essa
possibilidade”. A existência de um terceiro mês em lay-off é também dada como
certa dentro da companhia aérea.
A TAP anunciou no final de março que iria recorrer ao mecanismo de
lay-off simplificado, com a “suspensão temporária da prestação do trabalho para
cerca de 90% dos colaboradores” e “uma redução do período normal de trabalho,
em 20%, para os restantes 10%” dos trabalhadores (Expresso)
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