terça-feira, maio 12, 2020

Covid-19: Voos da TAP planeados para maio vão depender da procura


A informação sobre voos da TAP para Paris e Londres, a partir de 6 de maio, e para o Brasil a 18 de maio, que estavam previstos no sítio da TAP na Internet na semana passada, desapareceu. Estes voos, no entanto, só se realizam se houver procura. Aincerteza é grande no sector da aviação, e mesmo os voos previstos, e anunciados, só se irão realizar se não houver restrições de última hora impostas pelos Estados de destino do voo e se houver passageiros suficientes para os fazer. Vivemos momentos tão particulares que a TAP acabou por retirar a informação que tinha colocado no seu sítio de Internet sobre os voos internacionais previstos para maio. A companhia rejeita fazer qualquer comentário sobre o mapa de voos previstos para o mês de maio.A probabilidade de os voos previstos não aconteceram existe, já que as condicionantes são muitas e a imprevisibilidade também. Este domingo, por exemplo, ficámos a saber que o Reino Unido iria impor quarentena a quem entrasse em Inglaterra a partir do exterior. Uma decisão muito mal recebida no sector da aviação, e que irá certamente limitar muito os voos com destino ao Reino Unido. O que estava planeado, e chegou a estar no site, foi que a TAP previa retomar os voos para Londres e Paris a partir da semana passada. Seriam dois voos semanais. E com a decisão tomada pelo Reino Unido, dificilmente haverá interessados em viajar em breve para este país.

Para o Brasil, a TAP passaria a voar a partir de dia 18 de maio, estando então previstos três voos semanais — dois para São Paulo e um para o Rio de Janeiro.
O número de passageiros dos aviões de voos comerciais está, de acordo com um despacho publicado no início de maio, limitado a dois terços da capacidade total do aparelho. O ministro da Economia já admitiu no entanto que nesta matéria o governo irá seguir as orientações da Comissão Europeia.
SEM RESERVAS NÃO HÁ VOOS
Perante toda esta incerteza, o plano de voos tem vindo a atrasar-se e é alterado de semana para semana, até porque não há reservas, já que as pessoas continuam com receio de viajar.
A empresa tem mantido algumas promoções para tentar levar potenciais clientes a comprar voos. Por exemplo, neste momento tem em curso uma campanha que multiplica por 2, por 3 ou por 4 o número de milhas que entrarem na conta de passageiro frequente Miles & Go.
Com a mensagem “planeie agora para viajar depois” e “estamos prontos quando estiver”, apresenta por exemplo voos a 35 euros para Ponta Delgada, mas só a partir de julho. A ligação entre Lisboa e o Porto também surge como uma das apostas das promoções atuais, Até agora os únicos voos que se têm realizado são os de ligação do continente aos arquipélagos da Madeira e dos Açores.
A TAP apresenta também novas rotas que diz estarem já disponíveis: a partir de Lisboa está previsto voar para Agadir (a partir de 25 de outubro), para a Cidade do Cabo (11 de novembro), Cancun (27 de outubro), Santiago de Compostela (a partir de 2021), Maceió (31 de julho, sujeito a aprovação governamental) e Montreal (16 de julho). A partir do Porto havia uma nova rota prevista para 1 de agosto para a Ilha do Sal, e a partir de Ponta Delgada para Boston (1 de julho) e Toronto (2 de julho).
TERCEIRO MÊS EM LAY-OFF
O presidente do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo de Aviação Civil (SNPVAC), Henrique Louro Martins, tinha dito na TVI24, a 9 de maio, que “a informação que a companhia nos tem dado é que a partir do dia 18 de maio vamos ter alguns voos, que estão previstos alguns voos”.
Disse também que “os voos que estão planeados para a semana de 18 de maio em princípio seriam 70 voos”, mas que este número já diminuiu “drasticamente” face às anteriores previsões. “Os países de destino desses voos têm as suas próprias regras, o que condiciona em muito as operações das companhias aéreas”, acrescentou o presidente do SNPVAC. “Todos sabemos que a retoma não será feita com a TAP que tínhamos, com todos aqueles aviões, todos aqueles destinos, todas as frequências diárias que tínhamos. O futuro é uma incógnita”.
Henrique Louro Martins deixou claro que a prioridade do sindicato é a manutenção dos postos de trabalho. E adiantou que “este é o segundo mês em que estamos em lay-off e no próximo mês de junho vislumbramos outra vez essa possibilidade”. A existência de um terceiro mês em lay-off é também dada como certa dentro da companhia aérea.
A TAP anunciou no final de março que iria recorrer ao mecanismo de lay-off simplificado, com a “suspensão temporária da prestação do trabalho para cerca de 90% dos colaboradores” e “uma redução do período normal de trabalho, em 20%, para os restantes 10%” dos trabalhadores (Expresso)

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