O Banco Espírito
Santo, bad bank, acaba de divulgar o relatório e contas de 2014. O balanço já
era conhecido, mas foi agora atualizado. De acordo com o documento enviado à
Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), o BES registou um prejuízo
de quase 9,2 mil milhões de euros. Mas a auditora KPMG alerta para o impacto
nos prejuízos da transferência de 2000 milhões de euros de obrigações seniores
para o passivo do banco “mau”. “No exercício foi apurado um resultado negativo
de 9,2 mil milhões de euros, do qual cerca de 9 mil milhões dizem respeito ao
período entre 1 de janeiro de 2014 a 3 de agosto de 2014, refletindo já os
efeitos da transmissão de ativos decorrente da aplicação da medida de resolução
e os ajustamentos decorrentes da avaliação independente aos elementos do ativo
e elementos extrapatrimoniais transferidos para o Novo Banco”, lê-se no
relatório. Já o prejuízo do período de 4 de agosto de 2014 a 31 de dezembro foi
e 250 milhões de euros. A instituição que ficou com os ativos tóxicos do universo
Espírito Santo, revela que uma larga fatia de ativos que permaneceu na sua
esfera corresponde a créditos sobre empresas do Grupo Espírito Santo. “No
total, foram reclamados créditos num total de cerca de 550 milhões de euros e
de 13 milhões de dólares nestas jurisdições – Luxemburgo, Panamá e Suíça -, com
origem em financiamentos, descobertos, garantias bancárias e operações de
mercado monetário, em processos de liquidação, de insolvência e processos
especiais de revitalização”. Os proveitos operacionais foram negativos em 118,4
milhões de euros e os custos operacionais fixaram-se em 131,5 milhões de euros.
Buraco de 2,6 mil milhões de euros O BES apresentada um buraco nas contas
superior a 2,6 mil milhões de euros. Este montante corresponde à diferença
entre os ativos e os passivos na esfera da instituição liderada por Luís Máximo
dos Santos. Na esfera do BES está um conjunto residual de ativos, identificado
nas deliberações do Banco de Portugal sobre a resolução, como créditos sobre
entidades do GES, “em geral de muito difícil recuperação, e três filiais,
todas, por razões diferente, com situações muito complexas” (o Banco Espírito
Santo Angola, com sede em Luanda, o Espírito Santo Bank, com sede nos Estados
Unidos, e uma participação de 40% no capital do Aman Bank for Commerce and
Investment, sedeado em Tripoli, na Líbia). Já nos passivos avultam
responsabilidade perante os titulares de obrigações subordinadas e os passivos
contingentes, bem como as responsabilidades perante a Oak Finance Luxembourg e,
ainda, depósitos de entidades e pessoas relacionadas com o BES, como
ex-gestores. Recorde-se que nestes resultados ainda não está contabilizada a
transferência de 1985 milhões de euros em obrigações não subordinadas
(seniores) do Novo Banco para o BES. “O reflexo contabilístico desta
deliberação do Banco de Portugal implica um aumento de resultado negativo do
BES, por contrapartida do seu passivo, no valor de 1985 milhões de euros”,
explica a auditora KPMG na certificação legal das contas e relatório de auditoria.
O bad bank tem a sua situação perante a Segurança Social regularizada (Dinheiro Vivo)
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