terça-feira, janeiro 19, 2016

Reportagem do Expresso: “A Madeira é toda ela um Spa”

Na região que já tem um milhão e 140 mil turistas anuais, o Funchal assume-se como “catalizador” deste crescimento e, segundo o autarca Paulo Cafôfo, a prioridade de futuro é posicionar o destino para “experiências únicas”.
Na região que já tem um milhão e 140 mil turistas anuais, o Funchal assume-se como “catalizador” deste crescimento e, segundo o autarca Paulo Cafôfo, a prioridade de futuro é posicionar o destino para “experiências únicas”
Numa região já com um milhão e 140 mil turistas, e perspetivas de continuar a crescer, a câmara do Funchal quer pôr a tónica no turismo ativo e assente em experiências.
“Num mundo global onde tudo é igual em qualquer lado, a criação de produto turístico tem de ser diferenciada e com experiências únicas”, sustenta Paulo Cafôfo, frisando que, em matéria de natureza, “a Madeira é toda ela um spa” e que “temos uma diversidade concentrada num pequeno território, podemos estar no mar a fazer mergulho e em pouco tempo, a cinco quilómetros, podemos fazer um percurso pedestre numa levada”.
O turismo inclusivo é outra das chaves do plano estratégico apresentado pela câmara do Funchal, na perspetiva de melhorar a acessibilidade “a pessoas com mobilidade reduzida, e no fundo a todos, pois com a idade passamos a estar condicionados”, faz notar Paulo Cafôfo.
Neste sentido, enquadra-se a Praia Formosa como “uma praia inclusiva, onde um invisual pode ir ao mar sozinho, monitorado com uma pulseira no pulso”, refere o presidente da câmara do Funchal, adiantando que todos os complexos balneários da região serão adaptados a pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida.
“Somos também um destino de jardins. E nos nossos jardins consegue-se dar a volta ao mundo, pelas diferentes especiarias que ali estão”, lembrou Paulo Cafôfo.
A notoriedade do destino Madeira tem sido reconhecida através de uma série de prémios internacionais, com destaque para a distinção como “melhor destino insular do mundo” em 2015, no âmbito dos World Travel Awards, conhecidos como os 'óscares do turismo”. Entre uma série de outras distinções, também a cadeia CNN elegeu os carros de vime como o meio de transporte mais 'cool' do mundo.
O Funchal quer dar um salto quântico relativamente ao crescimento turístico previsto para a Madeira, na perspetiva de “aumentar o número de turistas e a permanência dos mesmos”. Em média, cada turista fica 5,7 dias na Madeira e “o que queremos é proporcionar experiências para alongar esta permanência por mais tempo, e assim aumentar também as receitas turísticas”, avança o autarca.
“Temos um Funchal que se expande do mar à serra, temos locais privilegiados de vistas, os nossos miradouros, que fazemos questão de manter bem cuidados”, salienta ainda Paulo Cafôfo. “Somos uma cidade marítima, mas o mar tem sido pouco potenciado, por falta de estratégia”.
Criar um portal de turismo e de eventos é outra das tónicas do plano estratégico para o turismo avançado pela câmara do Funchal. “Temos uma programação cultural muito forte”, refere Cafôfo, citando a Festa da Flor, as festas de Carnaval ou de fim de ano. Mas o objetivo é criar eventos “sete dias por semana e 365 dias por ano, para que os turistas ao andar na rua tropecem sempre em algo que esteja a acontecer, uma cidade cosmopolita como o Funchal tem de ter uma cultura urbana e criar nas pessoas vontade de serem elas próprias um ativo promocional”.
“Temos uma coisa que vale ouro, uma temperatura média de 19,6 graus, e estou a falar na média do ano todo”, frisa o autarca do Funchal, enfatizando que a gastronomia e os vinhos também integram a estratégia que se quer reforçar no turismo. “A nossa poncha está na moda, e é para ficar. Assim como o bolo do caco, a espetada, o vinho da Madeira ou a excelência da nossa restauração (e já nem falo da excelência da nossa hotelaria). Temos muitos restaurantes com esplanadas pela cidade onde podemos almoçar e jantar ao ar livre o ano todo”.
Aumentar o porto de cruzeiros e potenciar o parque ecológico do Funchal, onde estão a ser construídos abrigos para alojamento turístico, são outras metas da autarquia madeirense. “E uma cidade para ser de excelência turística tem de ser de excelência também para aqueles que ali vivem, pois não queremos ter uma cidade só para turistas”, conclui Paulo Cafôfo (texto da jornalista do Expresso, Conceição Antunes)

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