sexta-feira, janeiro 22, 2016

Mania de escrever: o BANIF e a memória curta de quem escondeu este caso

Há coisas que eu não entendo. Como é que o PSD de Passos e Montenegro e o CDS de Portas e Magalhães jogam agora com tudo no caso do BANIF - como o povo costuma dizer andam a tentar meter toda a carne no assador de uma só vez - quando é sabido, e está documentalmente provado, que o anterior governo do qual eles eram parceiros, conhecia o que se passava no banco, esconderam essa realidade deliberadamente por temerem que o escândalo pudesse prejudicar a saída limpa negociada com a troika e, sobretudo o défice do estado no final de 2015?
Isto não vos faz lembrar um criminoso qualquer, comprovadamente acusado de ter assassinado alguém, e que nesse mesmo dia é visto depois na primeira linha de uma manifestação contra a criminalidade? Não serão dois casos semelhantes de arrependimento tardio e inaceitável? Ou quem sabe se a hipocrisia continua a valer tudo na política?
Não me espanta por isso que na discussão, hoje realizada, de constituição de uma comissão parlamentar de inquérito, fosse perceptível o incómodo e a confusão reinante nas bancadas do PSD de Passos e Montenegro e o CDS de Portas e Magalhães que optaram por desviar a atenção - no caso do CDS o importante era saber as causas da notícia da TVI... - chegando mesmo, como foi o PSD, a reclamar auditorias externas que o governo de Passos e do CDS de Portas podiam e deviam ter realizado mas nunca o fizeram porque isso ajudaria a perceber o que se passava e denunciaria o caso BANIF. Mais, em vez de assumirem, humildemente a opção pela comissão de inquérito, o PSD de Passos e Monenegro remata para as nuvens ao pretender alargar os trabalhos da comissão a um período maior do que o abrangido pelo reinando da troika, lançando mesmo a confusão quando insinuou que o governo do PS estaria a esconder alguma coisa e a querer proteger alguém. Desconfio que o  PSD de Passos e Montenegro se quer referir, apesar de nunca assumir directamente, porque como sempre lhe falta a coragem e a dignidade de não generalizar e meter tudo no mesmo saco de acusações não provadas, aos negócios anunciados por Luís Amado para o BANIF envolvendo dinheiros da Guine-Equatorial, uma ditadura africana que interesses e lobbys portugueses, políticos e financeiros - que nunca foram investigados mas que o deveriam ter sido - a colocaram como membro da CPLP onde pelos vistos toda a merda agora cabe (LFM)

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