Não posso deixar de manifestar a minha surpresa - em grande medida porque se tratam de pessoas sem experiência político-partidária ativa e sem experiência no exercício de actos públicos (ao contrário do Gil Canha do PND) - pela forma como Filipa Fernandes e Edgar Silva se posicionaram nesta crise. Não conheço nenhum deles pelo que isso dá-me a vantagem de poder realçar a coerência de ambos nesta crise e a determinação em defesa dos seus pontos de vista, sobretudo de Filipa J. Fernandes que percebo deste início foi a peça fundamental na solução desta crise política.
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Perante a evolução desta situação na CMF, obviamente que esperamos agora tomadas de posição públicas quer do PTP de José Manuel Coelho (que, verdade seja dita, já várias vezes abordou o tema), quer sobretudo do PAN, MPT e Bloco de Esquerda que não podem andar a assobiar para o lado ou a fingir que vão eleger deputados ao Parlamento Europeu. Porque todos estes partidos fizeram parte da coligação que foi sempre, desde início - e deixemo-nos de hipocrisias - dominada pelo PS. O que se passou hoje na CMF com o anúncio das demissões e consequentes renúncias dos dois vereadores (?) fez com que este caso político tenha passado a um outro patamar, pelo que estes partidos pequenos das duas uma, ou subscrevem tudo o que se passou e continuam a ser "almofadinhas" do PS ou politicamente assumem a dignidade e a coerência de esclarecerem aos seus eleitores sobre o que pensam de tudo isto e o que vão fazer em função dos factos. É o mínimo que deles se pode esperar.