quinta-feira, abril 21, 2011

Vejam bedm: Bancos vão ter dinheiro do Estado para passar stress!!!

Diz o Jornal de Negócios num texto dos jornalistas Maria João Gago e Pedro Santos Guerreiro que "o Governo prepara-se para formalizar a constituição de um fundo de contingência para garantir a capitalização dos bancos portugueses. O objectivo, apurou o Negócios, é criar garantias que assegurem o sucesso nos testes de stress europeus, cujos resultados serão conhecidos em Junho. As negociações políticas entre a "troika" do FMI, Banco Central Europeu e Comissão Europeia ainda agora começaram mas o trabalho para a sustentabilidade do sistema financeiro tem sido desenvolvido desde há meses pelos próprios bancos com o Ministério das Finanças e Banco de Portugal. Desses trabalhos já resultaram medidas como vendas de activos (caso do BES), restrição na concessão de crédito (como no BPI) e aumento de capital (como foi aprovado esta semana no BCP). Todas estas medidas visam reforçar as condições de solidez da estrutura de capital e de liquidez do sistema financeiro português, que enfrenta condições adversas, incluindo as descidas dos "ratings", dificuldade de acesso a financiamento e, supõe-se, saída de capitais para o estrangeiro. É neste cenário que é preciso garantir a "passagem" nos próximos testes de stress europeus, que vão simular a resistência dos bancos para casos de dificuldades extremas. Os testes que serão agora realizados serão mais duros que os anteriores, realizados no Verão de 2010. Parte do dinheiro do empréstimo externo será assim "reservado" para um fundo de contingência de capitalização dos bancos, que pode ser accionado em caso de necessidade. Ou seja, se os bancos portugueses precisarem de aumentos de capital e os investidores privados não estiverem disponíveis, existirá uma linha de capital público disponível. Nesse caso extremo, que os bancos não desejam, haverá intervenção do Estado no capital desses bancos - e também na sua gestão (ver texto ao lado). É assim possível que se verifiquem nacionalizações parciais e temporárias de bancos portugueses. Os bancos privados portugueses têm-se mostrado dispostos a tudo para evitar essa necessidade, tendo preparado planos de contingência que incluem venda agressiva de activos. Mas se a "troika" vier a exigir maiores rácios de capital e menores rácios de endividamento aos bancos portugueses, como aconteceu depois das intervenções na Grécia e na Irlanda, essas necessidades tornar-se-ão urgentes. O fundo do Ministério das Finanças será, assim se supõe, criado nas próximas semanas. Dessa forma, criam-se garantias de capitalização, esperando-se que a sua própria existência seja suficiente para criar uma rede de segurança à banca portuguesa que a fortaleça nos testes de stress. Esta necessidade já foi assumida pelo ministro das Finanças, Fernando Teixeira dos Santos. O Negócioscontactou todos os intervenientes, que não quiseram tecer comentários, até porque as negociações com a "troika" estão ainda a decorrer e nem sequer o pedido de ajuda está acordado entre os vários partidos políticos. Do lado dos bancos, a mensagem é de que não precisam - e esperam não precisar - de recorrer a este fundo. Também o comissário europeu da Concorrência se pronunciou esta semana sobre o resgate de Portugal e sobre os testes de stress que estão a ser realizados junto das principais entidades bancárias da União Europeia. Joaquín Almunia considera que a ajuda externa a Portugal e os testes de solidez à banca na Europa, a realizar nesta Primavera, deverão levar a reestruturações adicionais de bancos. E deverão levar a mais ajudas estatais à banca".

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