Segundo o Correio dos Açores, "já entrou em funcionamento o serviço biométrico no Hospital de Angra. Os médicos vão receber ordenado consoante as horas que estiverem na unidade de saúde. Este “picar do ponto” vai estender-se, em breve, ao Hospital do Divino Espírito Santo de Ponta Delgada. A Ordem dos Médicos compara a tutela com a perseguição do Marquês de Pombal aos jesuítas. Obrigar os médicos a picar ponto nas unidades de saúde é “um insulto” para o Presidente do Conselho Médico da Região Autónoma dos Açores da Ordem dos Médicos. A reacção surge no dia em que o Hospital de Angra começou a aplicar a medida. Desde as 8h00 de ontem que todo o pessoal do Hospital de Santo Espírito de Angra do Heroísmo, incluindo os médicos, marca a hora de entrada e de saída de serviço, através de um sistema biométrico. Já há mais de um ano que a medida era esperada e a Ordem dos Médicos nos Açores sempre se mostrou contra a sua aplicação. “É um insulto a um grupo profissional”, frisou ontem Jorge Santos. Para o representante dos médicos na Região, “não faz nenhum sentido” obrigar os médicos a picar o ponto. Jorge Santos não poupa críticas à secretaria regional da Saúde. “Manifesta um profundo desconhecimento daquilo que é o modo de funcionamento da profissão médica”, acusa. O representante dos médicos compara mesmo a medida ao tratamento que é dado a animais. “Não é tratar os médicos como se fossem cães”, critica. Jorge Santos remata comparando o actual Governo Regional ao reinado de D. José I. “Os médicos estão para a secretaria como os jesuítas para o Marquês de Pombal”, frisa. Durante as próximas duas semanas, o sistema biométrico será apenas testado, mas passado o período experimental será implementado primeiro no Hospital de Angra do Heroísmo, depois no Hospital do Divino Espírito Santo, em Ponta Delgada, e até ao final do ano em todas as unidades de saúde da Região. Contactada pelo DI, a presidente do conselho de administração do Hospital de Angra, Olga Freitas, disse que o sistema estava a funcionar “normalmente” e que ainda não havia recebido queixas dos médicos. O sistema biométrico, de controlo de assiduidade, chega aos hospitais açorianos com mais de um ano de atraso, devido a problemas técnicos. A gestão de horários e remunerações é anexada aos biométricos, o que significa que quem não marcar o ponto, não cumpre o horário e não recebe o vencimento”
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