domingo, abril 10, 2011

FMI pressiona saídas na Função Pública

Refere o jornalista do Correio da Manhã, António Sérgio Azenha, que “a ajuda financeira vai implicar sérios cortes nas despesas públicas. Para já, segundo apurou o CM junto de fonte conhecedora do processo, o Fundo Monetário Internacional (FMI), prepara-se para pressionar Portugal a fazer despedimentos de funcionários públicos, tal como aconteceu na Grécia e na Irlanda. Por seu turno, Bagão Félix, ex-ministro das Finanças, não tem dúvidas de que "isso é indiscutível, porque chegámos a uma situação em que é preciso reduzir o aparelho do Estado". A situação das finanças públicas é tão grave que, segundo fonte bem conhecedora do processo, "em cima dos cortes nos salários [dos funcionários públicos], vai haver despedimentos na Função Pública". E, em jeito de conclusão, remata a mesma fonte: "O que aí vem não vai ser uma brincadeira, porque o FMI não brinca". Bagão Félix partilha desta opinião: "[o despedimento na Administração Pública] é um imperativo da realidade que é reduzir bastante a despesa [pública]", até porque "se se vai [cortar nos encargos do Estado] pelo lado dos salários também se vai pelo volume [de emprego]". Um outro especialista, que solicitou o anonimato por razões profissionais, considera também que, dada a dimensão do buraco orçamental e a dimensão da dívida pública, "vai haver despedimentos de funcionários públicos". Já João Duque, presidente do Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG), admite que, "para já, pode não haver despedimentos na Função Pública, mas isso depende da dimensão dos cortes na despesa pública". Ainda que os despedimentos possam estar dependentes das medidas que forem negociadas entre Portugal e os responsáveis do FMI e do Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF), de onde provém o apoio financeiro a Portugal, o presidente do ISEG não tem dúvidas de que "o FMI vai provocar certamente um choque com as medidas que forem necessárias". Para já, o Governo formalizou ontem o pedido da ajuda financeira e iniciará em breve as negociações com vista a definir as medidas que serão aplicadas na consolidação orçamental. Os especialistas do mercado estimam que Portugal necessitará de uma verba entre 60 mil milhões e 90 mil milhões de euros. A primeira tranche deste dinheiro deverá chegar no início de Maio”.

Sem comentários: