"Na Finlândia, o Governo tem seis partidos na coligação e funciona. Por consenso, meteram a ideologia na gaveta e, por consenso, resolvem com pragmatismo os problemas dos finlandeses. Aliás, como muito bem notou Maria de Lurdes Rodrigues, no programa Pares da República, na TSF, os diferentes partidos que fazem parte do Governo finlandês, uns muito à esquerda e outros muito à direita, só são intransigentes na Europa e em defesa dos interesses da Finlândia.
Posso ser visto, pejorativamente, como um típico crente nas virtudes do Bloco Central, na medida em que acredito mais nas soluções que nascem de consensos alargados do que em rupturas que procuram caminhos milagrosos mas arriscam finais desastrosos.
Não sou finlandês, mas gostava que a democracia em que habito me permitisse contratar a prazo alguns políticos finlandeses para virem gerir este país aprisionado pelas lógicas latinas dos partidos. Não é para fazer a vontade à troika ou dar conforto político a Cavaco Silva, nem para mostrar Passos e Seguro diferentes da sua natureza partidária, recuperar o consenso alargado é importante para restituir a esperança aos portugueses.
Não sou finlandês, mas gostava de ter agora no poder o pragmatismo que governa a Finlândia. Se assim fosse, talvez os nossos líderes pudessem entender-se sobre o melhor de dois mundos. Entre a austeridade que se exige para a despesa pública e a necessidade de reanimar a economia com políticas públicas tem de estar a solução para um entendimento.
A uns e a outros é preciso lembrar que há dez milhões de portugueses dependentes da sua capacidade de sacrificarem, momentaneamente, as suas ideologias e os interesses dos seus acólitos. Nem a austeridade pode ser o caminho único nem o seu fim é solução para o que quer que seja. Passos Coelho e a troika têm de ceder e aceitarem rapidamente algumas das propostas do PS para uma agenda de crescimento e criação de emprego, Seguro tem de aceitar que a melhor forma de regressar ao poder é com a responsabilidade de ter contribuído para desbloquear a situação crítica em que nos encontramos.
A razão nunca está de um só lado. O que importa é o sentido prático da política. Neste momento não interessa saber o que podem perder o PSD, o CDS ou o PS, o País está demasiado absorvido em tudo o que têm perdido milhões de portugueses. Ninguém lhes poderá perdoar se não forem capazes de se entender e garantir o rigor das contas públicas ao mesmo tempo que fazem a economia crescer. Não é fácil, mas é possível. Façam de conta que são finlandeses. Os portugueses precisam e merecem" (texto de Paulo Baldaia, DN de Lisboa, com a devida vénia)
Posso ser visto, pejorativamente, como um típico crente nas virtudes do Bloco Central, na medida em que acredito mais nas soluções que nascem de consensos alargados do que em rupturas que procuram caminhos milagrosos mas arriscam finais desastrosos.
Não sou finlandês, mas gostava que a democracia em que habito me permitisse contratar a prazo alguns políticos finlandeses para virem gerir este país aprisionado pelas lógicas latinas dos partidos. Não é para fazer a vontade à troika ou dar conforto político a Cavaco Silva, nem para mostrar Passos e Seguro diferentes da sua natureza partidária, recuperar o consenso alargado é importante para restituir a esperança aos portugueses.
Não sou finlandês, mas gostava de ter agora no poder o pragmatismo que governa a Finlândia. Se assim fosse, talvez os nossos líderes pudessem entender-se sobre o melhor de dois mundos. Entre a austeridade que se exige para a despesa pública e a necessidade de reanimar a economia com políticas públicas tem de estar a solução para um entendimento.
A uns e a outros é preciso lembrar que há dez milhões de portugueses dependentes da sua capacidade de sacrificarem, momentaneamente, as suas ideologias e os interesses dos seus acólitos. Nem a austeridade pode ser o caminho único nem o seu fim é solução para o que quer que seja. Passos Coelho e a troika têm de ceder e aceitarem rapidamente algumas das propostas do PS para uma agenda de crescimento e criação de emprego, Seguro tem de aceitar que a melhor forma de regressar ao poder é com a responsabilidade de ter contribuído para desbloquear a situação crítica em que nos encontramos.
A razão nunca está de um só lado. O que importa é o sentido prático da política. Neste momento não interessa saber o que podem perder o PSD, o CDS ou o PS, o País está demasiado absorvido em tudo o que têm perdido milhões de portugueses. Ninguém lhes poderá perdoar se não forem capazes de se entender e garantir o rigor das contas públicas ao mesmo tempo que fazem a economia crescer. Não é fácil, mas é possível. Façam de conta que são finlandeses. Os portugueses precisam e merecem" (texto de Paulo Baldaia, DN de Lisboa, com a devida vénia)