quarta-feira, abril 10, 2013

Grupo pestana: “Nova Iorque faz parte do nosso projecto para os Estados Unidos”



Escreve o Económico, num texto da jornalista Maria Nobre que “o Grupo Pestana está a avaliar novos hotéis em outras grandes cidades da América do Norte. Dionísio Pestana tem hoje dois bons motivos para celebrar: o empresário completa 61 anos de idade e inaugura oficialmente o primeiro hotel do grupo português em terras norte-americanas. Miami foi a cidade eleita para a estreia que, garante o empresário ao Diário Económico, é o princípio de um plano que ambiciona ter mais unidades nos Estados Unidos. E_é um passo vital na estratégia de internacionalização que já pesa metade nas receitas do grupo Pestana e a que se juntam, este ano, os projectos da Praça do Comércio, em Lisboa, e do Porto. Mas há mais em vista. Até porque, conta Dionísio Pestana, "o grupo Pestana recebe entre duas e três propostas por semana para analisar".
Como surge a América do Norte e, em especial, Miami?
Faz parte do crescimento internacional do grupo. Começámos pela América do Sul e a procura tem sido muito grande em países como Venezuela e Brasil. Miami é praticamente a capital da América do Sul e aproveitámos a crise em 2008 para aí procurar investimento e tivemos a sorte de encontrar este hotel.
Que investimento foi feito no Miami South Beach?
Começámos em 2008. Inicialmente queríamos ter tudo pronto em dois anos, mas acabou por atrasar cerca de ano e meio, por causa do licenciamento. No fim, o projecto custou à volta de 25 milhões de dólares (cerca de 20 milhões de euros).
Têm mais planos para a América do Norte?
Para já, só Miami. Continua a haver planos para outras grandes cidades dos Estados Unidos e Nova Iorque faz parte desse projecto, mas nada de concreto ainda.
Nos 40 anos do grupo, que estão a celebrar, têm o objectivo de ter 100 unidades em funcionamento. Em que ponto estão?
O objectivo é chegar às 100 unidades e aos dez mil quartos e estamos muito próximos. Para as 100 unidades faltam ainda três ou quatro hotéis, mas estamos a trabalhar para isso. Já fizemos uma maratona, agora é quase um ‘sprint' até ao fim. Temos ainda alguns meses e alguns projectos em carteira, vamos ver se é possível.
Estão dispostos a explorar unidades em dificuldades?
Essa realidade faz hoje parte do nosso modelo. Antes éramos só proprietários e gestores, hoje temos um modelo misto, somos também co-proprietários. O terceiro modelo diz apenas respeito à gestão. Em Portugal há hoje muitos hotéis. Há um em Porto Santo que estava parado há quatro anos, mas que a banca vai financiar para completar a obra e que entra no nosso portefólio ainda neste Verão. Este novo hotel vai ajudar a atingir o objectivo das 100 unidades.
Nesta área de negócio há mais projectos em vista?
Estamos a ver outros projectos também no Algarve, onde há muitos empreendimentos fechados. Nada ainda de concreto.
E no caso do Bahia Palace nos Açores, têm planos?
Houve uma proposta, mas na altura o proprietário não estava em condições de fechar o negócio e neste momento está em ‘stand by'. Mas era algo de que iríamos gostar, porque nos Açores só temos pousadas.
Há pousadas em risco?
No caso das pousadas não-históricas e que tenham prejuízos acumulados durante três anos, de acordo com o contrato, podemos fechá-las. E temos estado a fechar até porque, no caso das pousadas, o histórico valoriza a marca. O não-histórico traz menos valor acrescentado, por isso, preferimos fechar as não-históricas e continuar a crescer e abrir novas históricas. Em Portugal há imensos edifícios históricos para recuperar e temos de estar atentos.
Já fecharam as contas de 2012?
Não. Mas temos uma previsão de desvio de cerca de 3% na facturação face ao ano anterior.
Em Portugal baixou muito a média, entre 10 e 12%. Mas foi compensado com Brasil, Londres e África.
Quais as perspectivas para este ano?
No geral, se correr tudo bem, penso que vai ser um bom ano, sobretudo no Verão. Infelizmente, o Inverno continua mau.
Em que ponto está o projecto em Tróia?
A primeira fase está completa e correu muito bem, muito superior ao que esperávamos. É uma aposta no eco-turismo, era preciso ver como o mercado iria reagir e tem sido muito positivo. Agora vamos começar a trabalhar e lançar a segunda fase dentro de um mês".