quinta-feira, abril 11, 2013

Governo prevê cortar gastos com pessoal para valores de 1980



Escreve o Económico que “em 2015, a folha salarial com funcionários públicos deve ser igual a 9% do PIB. O Governo quer reduzir a factura com os funcionários públicos para valores de 1980. O Executivo de Passos Coelho conta com o efeito da reforma do Estado para baixar os gastos com pessoal para 9% do PIB. Os números foram apresentados à ‘troika' na sétima avaliação ao programa de ajustamento e fazem parte de um relatório do Ministério das Finanças, com data de 27 de Março, a que o Diário Económico teve acesso. No entanto, a tarefa fica agora mais difícil. É que na sexta-feira, o Tribunal Constitucional (TC)_chumbou quatro artigos do Orçamento do Estado para 2013, obrigando o Governo a aumentar a despesa com os trabalhadores do sector público. Tendo em conta o cenário macroeconómico da sétima avaliação, o ministro das Finanças esperava gastar o equivalente a 10,5% do PIB com os trabalhadores da Administração Pública este ano. Porém, este valor deverá agora ser superior, já que o Estado terá de pagar os subsídios de férias aos funcionários públicos. De qualquer modo, o objectivo traçado pelo Executivo era chegar a 2015 com uma folha salarial igual a 9% do PIB. Só em 1979 é que se registou um valor mais baixo, de 8,8% do PIB. Se tudo corresse como o previsto em 2016, as despesas com pessoal atingiriam os 8,5% da riqueza criada, o valor mais baixo de sempre. O mesmo documento revela ainda que o ano de 2014 será aquele em que a reforma do Estado será mais intensa. Durante o sétimo exame regular, o tema foi discutido com a ‘troika', tendo sido avaliadas "opções concretas de redução da despesa". Para este ano, o Executivo previa fazer um corte de 500 milhões de euros, à custa de rescisões por mútuo acordo e outras medidas sectoriais - um plano que poderá ter de ser reforçado na sequência da decisão do TC. Tanto as medidas para 2013 como para 2014 deverão ser especificadas no Documento de Estratégia Orçamental que Vítor Gaspar tem de entregar no Parlamento até ao final do mês. O processo culmina com a "definição dos tectos da despesa" que serão fixados no Orçamento do Estado para 2014. Apesar das autoridades internacionais já terem em mãos alguns detalhes, "as propostas serão apresentadas e discutidas de forma aberta e participada", promete o Governo. É que o Executivo de Passos Coelho quer um "consenso nacional alargado". O esforço de redução da despesa mantém, ainda assim, a despesa total em 44,3% do PIB em 2015. De qualquer modo, este é já um avanço significativo, tendo em conta que em 2010 os gastos públicos representavam mais de metade da riqueza produzida (51,5%), mas até agora conseguido através de cortes temporários. Em 2011, Passos tinha como objectivo cortar a despesa pública para 38% a 40% do PIB em duas legislaturas, ou seja, até 2019”.